Uma semana antes de enfrentar as urnas, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, faz uma “ronda de fogo” no seu esforço para conquistar um terceiro mandato consecutivo e dar continuidade ao projeto político chavista. A oposição, por sua vez, apresenta pesquisas de opinião que dão ao seu candidato, o diplomata Edmundo González, uma vantagem de até 40 pontos sobre o adversário.
Num dos comícios finais, Maduro alertou que a sua reeleição, no próximo domingo, será “a última oportunidade” para libertar o país de “um banho de sangue”, uma guerra civil. Olhando-se no espelho, o presidente venezuelano pôde ver o Donald Trump de quatro anos atrás, que resistiu em entregar a Casa Branca ao desafiante Joe Biden, alegando fraude na sua derrota.
Hoje, o bilionário republicano desponta como o claro favorito para se vingar do presidente democrata — ainda mais depois do ataque que sofreu no fim de semana passado. Quanto a Biden, crescem as expectativas de que ele desista da candidatura, sob pressão dos cardeais do partido e da base eleitoral.
Ainda assim, tal como o descontentamento sul-americano, Trump continua a sugerir que não aceitará outro resultado senão a vitória nas eleições de Novembro.
Na meia luz
A reta final da campanha do Palácio Miraflores promete fortes emoções e surpresas. Em primeiro lugar, por causa de um virtual apagão de informação que deixa eleitores e observadores – inclusive externos – praticamente no escuro. É como a situação do passageiro do trem fantasma, que não consegue ver o que tem pela frente, mas sabe que sustos o aguardam.
A incerteza começa nas pesquisas, que são em sua maioria encomendadas por partidos e candidatos —e cada um escolhe os números mais favoráveis para apresentar como “confiáveis”. O campo governista é mais moderado em suas projeções, mas também apresenta pesquisas nas quais Maduro aparece à frente. E aposta, como nos últimos 25 anos desde a primeira eleição de Hugo Chávez, na base social construída pelo patriarca do “socialismo bolivariano”.
Largue
O clima que antecede a votação na Venezuela estará no centro das atenções dos parceiros sul-americanos na semana que começa. O Presidente Lula, que no ano passado conseguiu um acordo entre o governo e a oposição para a realização de eleições “livres e justas”, mal disfarça a sua preocupação. Ao lado de seu colega colombiano, o ex-guerrilheiro de esquerda Gustavo Petro, ele trabalha na construção de um mecanismo regional que administre a crise e evite a intervenção de “agentes extrarregionais”.
No entanto, na sua própria vizinhança, a Argentina de Javier Milei lidera as fileiras de governos que se aliam aos EUA no alerta a Maduro para aceitar uma possível derrota. A Casa Branca, aliás, enfrenta o dilema de Joe Biden e o desafio de tentar reverter uma derrota que se aproxima no horizonte. O apoio à oposição venezuelana também inclui a Europa, que teve uma missão de observação eleitoral desconvidada por Caracas.
Toca outra vez
Quanto a Donald Trump, o discurso de encerramento da Convenção Nacional Republicana, quando aceitou formalmente a sua candidatura, soou em muitos lugares como o discurso de um presidente eleito. Aliás, o favorito nas pesquisas mais uma vez “antecipou” o início do próprio governo para a noite da votação. A ênfase foi nos temas domésticos, com bastante espaço para relatos e reflexões sobre o ataque frustrado.
Mas havia espaço para algumas questões de política externa. Como tem repetido desde fevereiro de 2022, o candidato presidencial republicano insistiu que entrará em campo para “resolver” a guerra na Ucrânia antes mesmo de assumir o cargo. O prazo também se aplica ao conflito entre Israel e o Hamas, mas neste tema o candidato assume uma posição clara: alertou o movimento palestiniano sobre “graves consequências” se não libertar até novembro os reféns israelitas que capturou em outubro de 2023.
Trump não falou diretamente sobre a América Latina, a não ser para reafirmar a sua política linha-dura contra a imigração ilegal para os EUA. Uma indicação clara de que o tom será o mesmo do seu primeiro mandato, quando impôs sanções à Venezuela e transformou em letra morta a retomada das relações com Cuba, celebrada pelo antecessor democrata Barack Obama.
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