No dia a dia das ações de campo no estado do Pará, chegamos ao PA Dina Teixeira, no município de Água Azul do Norte, atendendo a um pedido de uma líder comunitária mobilizando um grupo de mulheres, que juntas buscaram conhecimento e ajuda por um trabalho unificado em prol do desenvolvimento de ações que promovam o empreendedorismo feminino lá e na região.
Estávamos dispostos a conhecer as intenções daquelas mulheres, pois percebemos que todas elas acreditavam na sua força produtiva, possuíam conhecimentos e apresentavam competências variadas, o que confirmava a possibilidade de geração de renda por meio de uma organização naquele cenário.
O 1º encontro
No primeiro encontro, aquelas mulheres, uma a uma, muito felizes, se apresentaram e enfatizaram suas habilidades e sua esperança de que as coisas dariam certo por lá.
As mulheres presentes naquele momento se apresentavam como um coletivo, percebido através da participação de algumas pessoas em um curso de manipulação de alimentos que foi bastante utilizado e que despertou o desejo de que o grupo se mantivesse coeso.
Essas mulheres buscaram ajuda, motivadas pelo desejo de que o grupo desenvolvesse conhecimentos, pudesse fortalecer a geração de renda e fortalecer vínculos para sua própria proteção;
Garantia de representação
Para quem não sabe, um PA, ou Projeto de Assentamento, é muito comum no interior do Pará, as propriedades rurais nem sempre ficam próximas e na maioria dos casos o acesso a produtos e serviços de abastecimento não é muito fácil, então, cada um dos as famílias assentadas normalmente se preocupam em tornar sua terra produtiva, valorizam as ações coletivas e apresentam uma força diferenciada diante da necessidade de sobrevivência, com um ritmo de vida bastante simples.
Entendemos que seria prudente, de acordo com o pedido apresentado, iniciar um procedimento de formação administrativa uma vez que era clara a vontade de formalizar personalidade jurídica. As mulheres empresárias queriam garantir a sua representação perante as autoridades públicas, autoridades locais e outras representações.
Perguntamos se o grupo permaneceria apenas com mulheres na “associação” que deveria nascer em breve e quando consultadas responderam que sim, pois entendem que isso o torna mais significativo para todo o grupo e cumpre os preceitos do empoderamento feminino como bem como a modernidade com as diretrizes da agenda 2030, que prioriza a força das mulheres.
Rotina de reuniões que fortalece vínculos
Um movimento natural e muito interessante que nos relataram foi que para acelerar e fortalecer os laços de amizade e propósito comum, as mulheres empreendedoras iniciaram uma rotina de almoços coletivos, creio que quinzenalmente, não me lembro mais da periodicidade, mas sim do fato É que eles estabeleceram essa rotina de se visitarem, sempre homenageados pela presença empreendedora desse grupo. Cada um tem sua contribuição culinária e todos utilizam os produtos e insumos produzidos em suas propriedades.
Não preciso dizer que alegria e diversão são a tônica desses encontros. Ainda não tivemos oportunidade de participar dos almoços, mas confesso que tive a sorte de ir a algumas propriedades ver de perto o cuidado com que trabalham e já aproveitamos um café da tarde recheado de sabor, simplicidade e muita brasilidade.
Virtual ou presencial, o desejo é o mesmo!
Mês após mês continuamos a reunir-nos com mulheres empreendedoras, presencialmente ou remotamente, oferecendo a nossa experiência e incentivo. Há um claro desejo de crescer e construir ações coletivas que beneficiem a todos e suas famílias.
Cada um dos nossos encontros presenciais termina com uma mesa repleta dos mais variados produtos servindo um lanche da tarde diferente e que segura bem o apetite! Quanto sabor, quanta experiência, quanto conhecimento.
Em nosso último encontro virtual da semana passada pudemos perceber o brilho nos olhos e na sinceridade dos relatos dos empresários, que, mesmo sem ter entidade formalmente constituída, já estão organizando sua produção para começar a montar uma Feira de Produtos, trazendo mais conforto às famílias daquela e de outras comunidades e aldeias que poderão descobrir e consumir tudo o que é produzido na região.
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No formato de um Coletivo de Mulheres Empreendedoras, essas guerreiras do sudoeste paraense, exercitam suas habilidades e buscam corajosamente, com alternativas criativas, melhorar de vida, dar suporte econômico para suas famílias e, mesmo sem perceber, serão modelos para muitos outros. pessoas que ainda não acordaram para colocar em prática o seu impulso empreendedor.
“#ficaadica”, estamos em tempos de inovação, economia criativa e circular e tempos de pensarmos juntos num mundo mais sustentável que melhore gradualmente a nossa qualidade de vida.
Que as Mulheres Empreendedoras do PA Dina Teixeira tenham sucesso e que essa prática se multiplique cada vez mais.
Para o próximo.
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