O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, rebateu as críticas ao número de fraudes e ao atraso no cronograma de implementação de novas funcionalidades do Pix. Ele classificou as especulações sobre a segurança do meio de pagamento como “narrativas distantes da realidade”.
“Vejo artigos escrevendo que o número de fraudes aumentou muito. Não, o número de fraudes aumentou muito porque muitas coisas começaram a ser feitas com o Pix. O cálculo que você tem que fazer não é em números absolutos”, disse ele nesta quarta-feira (24/7), participando do evento no Blockchain no Rio.
No caso de vazamentos importantes, como nome, CPF e telefone, Campos Neto minimizou a importância. Ele afirmou que esses dados não expõem tanto o cliente e são as mesmas informações que estavam disponíveis em transações ocorridas no passado, como cheques.
“Precisamos ter cuidado com saldos e histórico de compras. Agora, CPF, telefone? Usamos essas informações como chave. Você se lembra do que estava no talão do cheque especial? O CPF. Você deu para todo mundo e não se preocupou”, lembrou ela.
Atualmente, o Pix é utilizado por 151,2 milhões de pessoas e 14,6 milhões de empresas e realiza, em média, 224,2 milhões de operações por dia. “É óbvio que quando há 224 milhões de transações por dia, a fraude cresce, mas não é possível comparar números absolutos. O Pix tem uma fraude a cada 100 mil transações, enquanto o cartão de crédito tem 30”, argumentou.
Sobre o lançamento de novas ferramentas, como o Pix por contato, previsto para junho de 2025, o chefe do BC disse que a adoção do sistema de pagamento em tempo real foi muito maior do que o esperado pelos técnicos e, por isso, tomou a decisão de adiar lançamentos para aumentar o nível de segurança nas operações.
O evento decorreu à margem da reunião dos Ministros das Finanças e dos Presidentes dos Bancos Centrais do G20, que tem agenda oficial para quinta e sexta-feira. Na ocasião, Campos Neto disse ainda que não poderia mencionar questões econômicas, devido à regra de silêncio do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece entre os dias 30 e 31 de julho, para decidir sobre a taxa básica de juros ( Selic). “Só vou falar de tecnologia, não posso falar de economia, o que de certa forma é um alívio”, disse ironicamente.
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