A embaixada do Japão no Brasil homenageou, ontem, o ex-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e engenheiro agrônomo Eliseu Alves, de 93 anos, por suas contribuições à Cooperação em Pesquisa Agropecuária no Cerrado entre a Embrapa e a Agência de Pesquisa Agropecuária. Cooperação Internacional do Japão (Jica).
A cerimônia foi realizada na residência de Alves e elogiou a dedicação do engenheiro ao desenvolvimento da agricultura brasileira e à pesquisa científica da Embrapa. Este trabalho permitiu, por exemplo, a expansão agrícola no Cerrado nas décadas de 1970 e 1980, com o apoio da cooperação japonesa.
O embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi, presenteou Eliseu Alves com a Ordem do Sol Nascente, homenagem concedida a pessoas que prestaram serviços diferenciados ao Estado em diversas áreas, exceto o serviço militar. “A Embrapa sempre teve uma forte colaboração com o nosso país. A Jica e a Embrapa trabalharam, sobretudo, para transformar o Cerrado, que era muito infértil, em um centro de produção de grãos. Nossa intenção era resolver o problema alimentar mundial, porque, no Na década de 1960, o Japão dependia fortemente da produção de grãos dos Estados Unidos. Agora, enfrentamos o mesmo problema devido aos conflitos na Ucrânia, além das mudanças climáticas, que afetam muito a produção de alimentos no mundo”, destacou o embaixador em seu discurso.
O diplomata destacou a importância dos esforços de Alves para a relação entre Brasil e Japão. “O Sr. Alves sempre trabalhou duro para o desenvolvimento organizacional da Embrapa durante seu período de fundação e concluiu o Projeto Cerrado em 1977. Sua contribuição para o desenvolvimento foi amplamente reconhecida em todo o mundo. O Brasil tornou-se o maior exportador de soja e milho, através do Cerrado Projeto Brasil/Japão”, afirmou o diplomata.
A contribuição de Alves para a agricultura brasileira, especialmente na transformação do Cerrado em área produtiva, foi comemorada pelo embaixador. “O Japão é conhecido como o sol nascente. A medalha tem um sol com raios de sol nascente. É uma homenagem significativa aos estrangeiros que trabalharam com o nosso país e nos assuntos internacionais”, acrescentou.
Em seu discurso, o engenheiro expressou profunda gratidão ao Japão. “Quero agradecer muito ao governo japonês pela ajuda que deu à Embrapa. Em vez de dizer o que tinha que ser feito, eles vieram aqui, se juntaram aos brasileiros e ajudaram a construir a Embrapa tão poderosa como é hoje, transformando o Brasil em um grande exportador de alimentos e, acima de tudo, dar continuidade a algo que já existe há muitos anos, a amizade entre os dois países”.
Em diversas ocasiões, o ex-presidente da Embrapa manifestou seu apreço pelo Japão. Ele relembrou com carinho suas duas viagens ao país asiático. A cerimónia prosseguiu com a entrega de um certificado de condecoração, formalizando o reconhecimento, seguida da entrega da medalha.
A cerimônia também contou com a presença do diretor executivo de governança e gestão da Embrapa, Alderi Emídio. Ele destacou o que considera uma parceria especial entre Brasil e Japão. “A cooperação do Brasil com o Japão não é entre um e outro, é uma cooperação de um. Somos todos um. Temos um grande número de japoneses no Brasil. A contribuição que o Japão tem dado ao Brasil em diversas áreas é imensa. Em na área da agricultura, os japoneses ajudaram a transformar as regiões brasileiras em regiões ricas”, destacou.
O executivo destacou que a contribuição de Alves não só fortaleceu a Embrapa, mas também transformou o Cerrado em uma das regiões agrícolas mais produtivas do mundo, consolidando a posição do Brasil como um dos maiores exportadores de alimentos.
Pioneirismo
Eliseu Alves nasceu em 27 de dezembro de 1930. Foi criado em uma fazenda em São João Del Rey, Minas Gerais. Seu trabalho pioneiro com extensão rural o levou a construir seu projeto de vida: a criação da Embrapa. Alves é amplamente reconhecido como uma figura-chave na modernização da agricultura brasileira, especialmente por seu papel na construção de um sistema público de pesquisa agrícola que transformou o Brasil em um gigante na produção de alimentos.
Com particular enfoque na pobreza rural, Alves procurou compreender as suas causas e encontrar soluções. O engenheiro lamenta que, apesar dos avanços, a desigualdade no campo tenha se agravado, com uma pequena parcela da população respondendo pela maior parte da produção agrícola.
Formado em engenharia agrícola e mestre em economia agrícola, Eliseu Alves consolidou o serviço de extensão rural de 1955 a 1973. Mais tarde, integrado a um grupo de cientistas sociais, ajudou a conceber e formular o modelo da Embrapa. Aos 93 anos, participa ativamente de reuniões, oferecendo sugestões e recomendações para aprimorar as diretrizes e objetivos da Embrapa.
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