O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu, ontem, em pronunciamento no rádio e na TV, que seu governo não renunciará ao compromisso fiscal com as contas públicas. Ele fez um balanço dos 18 meses à frente do país — “tempo de prestar contas a cada família brasileira”, como enfatizou — ao listar as ações implementadas e recuperadas durante sua gestão, e aproveitou para criticar o governo de seu antecessor , Jair Bolsonaro.
“Não vou abrir mão da responsabilidade fiscal. Entre as muitas lições de vida que recebi da minha mãe, dona Lindu, aprendi a não gastar mais do que ganho. com recursos federais”, destacou. Os montantes da ajuda ao Estado, no entanto, não são incluídos no cálculo da meta fiscal do governo central.
Lula destacou as conquistas deste terceiro mandato e apontou os esforços diplomáticos, que, segundo ele, representaram o retorno do Brasil à convivência internacional, o que teria feito o conjunto de nações voltar a respeitar o país. Para isso, deu como exemplo a cúpula do G20 —conjunto das maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana, cuja atual presidência é ocupada pelo Brasil.
“O Brasil voltou ao mundo e o mundo agora vai passar pelo Brasil”, reforçou.
Ele também destacou a volta do respeito às políticas ambientais e destacou a redução de 52% no desmatamento no bioma Amazônia. Destacando que, no próximo ano, o país será sede da Conferência do Clima das Nações Unidas (ONU), em Belém, Lula reforçou o papel global do Brasil na questão climática. “Chegou a hora de trazer o debate sobre o futuro do planeta para o coração da Amazônia”, frisou.
Foi falando sobre a política internacional do governo que Lula pronunciou uma vez a palavra “democracia”, garantindo que o mundo mais uma vez acredita no “nosso compromisso” com o Estado de Direito.
Crescimento
Na área econômica, além de reforçar o compromisso fiscal, apontou para um crescimento do PIB em 2023, muito superior ao esperado pelos analistas, além do crescimento do emprego, com a criação de 2,7 milhões de novos empregos com carteira assinada. Ele também chamou a atenção para o controle da inflação, comemorou políticas de aumento do salário mínimo e a aprovação da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres.
A Selic que recebeu, em 1º de janeiro de 2023, de 13,75%, foi motivo de críticas. Segundo Lula, o governo Bolsonaro deixou para a atual a maior taxa básica de juros do planeta, o que levou a um aumento da inflação, que chegou a 8,25%. O presidente afirmou ainda que a gestão anterior deixou o Brasil “em ruínas”.
“Alegaram defender a família, mas deixaram milhões de famílias endividadas, empobrecidas e desprotegidas”, acusou.
Num aceno ao agronegócio —um dos setores da economia em que mais sofre resistências—, Lula ressaltou que o governo apresentou o maior Plano Safra da história. Ele também reforçou seu compromisso com o setor industrial, elogiou a aprovação da reforma tributária no Congresso e destacou os investimentos no Novo Plano de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).
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