A eleição na Venezuela “não pode ser considerada democrática”, segundo o Carter Center, renomada organização que participou da Eleições venezuelanas como observador.
O Carter Center publicou um comunicado na noite de terça-feira (30/7) afirmando que as eleições não obedeceram “parâmetros e padrões internacionais para processos eleitorais”.
Dois dias depois das eleições, a instituição, que tem sede em Atlanta, EUAafirmou que não tem condições de realizar trabalhos de verificação e, portanto, não pode confirmar a autenticidade dos dados.
“O facto de a autoridade eleitoral não ter anunciado os resultados desagregados por mesas de voto constitui uma grave violação dos princípios eleitorais”, refere o comunicado, publicado no site da instituição.
O Carter Center observou mais de 100 eleições em 43 países diferentes.
Segundo o comunicado, o centro estava em Venezuela no fim de semana de votação – a convite do próprio governo País sul-americano — com uma equipe de 17 observadores.
Além da não publicação dos registos eleitorais, a instituição aponta outros erros, como a desqualificação de candidatos da oposição e o desequilíbrio de recursos, tendo o partido no poder uma grande vantagem na sua promoção.
“[As eleições venezuelanas] não cumpriu os padrões internacionais de integridade eleitoral em nenhuma das fases relevantes e violou numerosos preceitos da legislação nacional”, detalha o comunicado do Carter Center.
Na noite de domingo, com 80% dos votos apurados, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela informou que Nicolás Maduro foi reeleito presidente para um terceiro mandato de cinco anos com uma vantagem “irreversível” de 51,2% dos votos, em relação a 44,2% do adversário Edmundo González Urrutia.
Mas a coligação da oposição denunciou “fraude” eleitoral e disse ter até 70% dos registros de votação confirmando a vitória de González.
Desde então, o país tem experimentado intensos protestosque por vezes se tornou violento tanto na capital, Caracas, como no interior.
Milhares de pessoas pedem a Maduro que aceite o resultado, enquanto o presidente acusa a oposição de tramar um “golpe” contra ele. O governo também pediu aos apoiadores e simpatizantes que saíssem às ruas.
Até o momento, houve 11 mortes e centenas de detidos, segundo informações divulgadas pelas organizações Foro Penal, Justicia, Encuentro y Perdón, Provea e Laboratorio de Paz.
O governo venezuelano não comentou a declaração.
Os fracassos das eleições na Venezuela
Entre as falhas destacadas pelo Carter Center, há menção ao facto de a CNE ter favorecido o partido no poder e restringido as liberdades dos meios de comunicação social, das organizações sociais e dos actores políticos.
O órgão eleitoral colocou também obstáculos no recenseamento dos eleitores residentes no país e no estrangeiro, algo que ficou evidenciado pela pouca informação sobre o processo, pelos curtos prazos e pelos poucos locais de recenseamento, segundo a instituição.
As autoridades venezuelanas também teriam dificultado a candidatura da oposição.
“O registo das candidaturas das principais forças da oposição ficou sujeito ao arbítrio das autoridades eleitorais, que tomaram decisões sem respeitar os princípios jurídicos básicos”, afirma o Carter Center.
Antes das eleições, o líder da oposição María Corina Machado foi excluída da corrida presidencial.
A sucessora, Corina Yoris, também não conseguiu registar a sua candidatura e relatou falhas no sistema de registo de candidatos.
Por fim, o escolhido para chefiar a chapa da oposição foi González Urrutia, que enfrentou Maduro e outros oito candidatos.
Na Venezuela também houve um “desequilíbrio de recursos” que favoreceu o partido no poder e que foi predominante na visibilidade da campanha de Nicolás Maduro, afirma o Carter Center.
Segundo o Carter Center, “foi observado abuso de recursos públicos, com utilização de veículos [de mídia]a mobilização dos colaboradores para a campanha e a promoção de programas sociais”.
Nos centros de votação, descrevem os observadores, havia restrições de acesso aos observadores nacionais e, sobretudo, às testemunhas dos partidos.
Incidentes de tensão e violência também foram observados em alguns locais.
Mesmo assim, o Carter Center destacou a participação popular e disse que, na sua maioria, os venezuelanos votaram pacificamente.
“As equipas de observadores do Carter Center verificaram a vontade dos cidadãos venezuelanos em participar num processo eleitoral democrático e demonstraram compromisso cívico como painelistas, testemunhas partidárias e observadores. Estes esforços foram dificultados pela falta de transparência da CNE na divulgação dos resultados”, conclui o comunicado da instituição. .
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
como fazer emprestimo consignado auxilio brasil
whatsapp apk blue
simular site
consignado auxilio
empréstimo rapidos
consignado simulador
b blue
simulador credito consignado
simulado brb
picpay agência 0001 endereço