A advogada Fabiani Marques Zouki, 46 anos, presa em flagrante por injúrias raciais após episódio racista em uma rede de fast food da Zona Sul de São Paulo, divulgou nota pedindo desculpas por suas ações. No documento, enviado à imprensa por seu advogado, Carlos Eduardo Lucera, a advogada pede desculpas “a quem possa ter sido atingido por algum ato ofensivo”, mas não admite o crime de racismo.
Zouki também é acusado de agredir cinco funcionários do refeitório. Na nota, divulgada nesta terça-feira (31/7), o advogado “lamenta profundamente tudo o que aconteceu” e “deixa claro, apenas para que a informação seja completa, que no momento dos fatos foram dirigidos insultos e injúrias contra dela” .
Segundo o comunicado, a advogada “reconhece que ao ver o retrovisor danificado e as portas amassadas do seu carro ficou indignada. [sic] de todos os cantos.”
Entenda o que aconteceu
O caso foi registrado pelas câmeras de segurança da lanchonete Burguer King. O vídeo mostra o momento em que Fabiani, que estava no drive-thru, desce do veículo e se dirige ao funcionário. Momentos antes, o funcionário havia chutado o retrovisor do carro do advogado após ser chamado de “macaco sujo”, conforme contou à TV Globo.
Segundo o boletim de ocorrência, Fabiani disse estar insatisfeita com o atendimento da lanchonete e lançou insultos racistas a uma funcionária de 25 anos. Ainda segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o advogado estava embriagado e se recusou a fazer o teste do bafômetro.
“O arguido foi apresentado à autoridade policial e permanece à disposição do Tribunal. O caso foi registrado como embriaguez ao volante e preconceito racial ou de cor na 27ª DP Dr. Ignácio Francisco”, afirmou o comunicado. Zouki permaneceu detido até a audiência de custódia.
Porém, conforme noticiado pelo portal g1, deverá manter distância de 300 metros do Burger King onde ocorreu o crime, além de ser impedida de se aproximar dos funcionários que atacou. Por último, o advogado deve comparecer em tribunal todos os meses.
Em nota, o Burger King afirmou que “não tolera de forma alguma ofensas racistas, discriminatórias ou agressões físicas, e está colaborando com as autoridades para a investigação policial. Informamos também que estamos prestando toda assistência psicológica e jurídica aos colaboradores envolvidos no incidente.”
O Cadastro Nacional dos Advogados (CNA) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) indica que Fabiani teve seu registro cancelado na OAB-SP. Em nota, a OAB-SP afirmou que “investiga rigorosamente, quando formalmente acionada, toda e qualquer denúncia relativa à conduta dos profissionais cadastrados nesta Seção”. Sobre a inscrição cancelada, a seção afirmou que ela está cancelada desde setembro de 2021, a pedido da própria profissional.
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