A ministra da Mulher, Cida Gonçalves, disse que terá “grande dificuldade” com o corte de 17,5% no orçamento da secretaria —proporcionalmente, o ministério foi o mais afetado pelo contingenciamento imposto pela equipe econômica, de R$ 15 bilhões.
Cida destacou, porém, que não vê o corte como um “descrédito” do governo ao departamento, mas que fará o possível para não afetar os investimentos em projetos e políticas para as mulheres.
“Pedimos para não mudar o Ministério da Mulher, mas a decisão foi por um corte linear. Estamos quebrando a cabeça. Se vamos cortar, vamos cortar aqui na estrutura, nas viagens, não nas áreas finais”, ele destacou. “Não entendo isso como falta de prestígio. Agora, acho importante dizer que temos uma grande dificuldade”, acrescentou, durante conversa com jornalistas.
Ela anunciou que o ministério lançará neste mês a campanha Feminicídio Zero, para tentar conscientizar a população sobre o tema. Ela destacou a preocupação com o aumento desse tipo de crime e da violência contra a mulher.
Segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2023, aumentaram todas as formas de violência contra a mulher, como feminicídio, estupro, ameaças e agressões. No ano passado, foram 1.467 vítimas de feminicídio, ante 1.455 em 2022.
A campanha inclui parcerias com times de futebol, líderes religiosos e empresas. A ministra afirmou que se reuniu recentemente com um grupo de mulheres evangélicas para levar o assunto aos templos. “Precisamos criar uma mobilização nacional contra a violência. Precisamos de pessoas indignadas e que tenham coragem de denunciar.”
Lula
No encontro, Cida enfatizou que ninguém pode fazer “piadas” machistas, nem mesmo o presidente da República. A afirmação foi feita após ser questionado sobre a recente fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião com empresários. Na ocasião, o chefe do Executivo condenou os altos índices de violência contra a mulher no país e citou pesquisas que mostram maior ocorrência de casos após jogos de futebol. Lula afirmou que a situação era “inacreditável” e depois zombou da má fase do Corinthians: “Se o cara é corintiano, tudo bem”.
Cida ressaltou que “nem Lula” pode zombar da violência de gênero. “Quando o assunto incomoda muito, ele resolve fazer uma piada, porque acha que, com aquela piada, ele melhora as coisas, diminui o impacto da notícia que você está dando. nem mesmo do Presidente da República. Não se pode aceitar piadas de nada nem de ninguém”, afirmou. “Se você não pode falar, não fale. Mas não faça piadas. Não brinque com o que é a vida das pessoas. Acho que é um processo que teremos que reconstruir em nosso país. Reconstruir com os nossos homens, os nossos dirigentes, e eu, como Ministra da Mulher, com o meu Presidente da República”, acrescentou, destacando que falará com o Chefe do Executivo sobre o tema quando se encontrar com ele. (Com Agência Estado)
*Estagiário sob supervisão de Cida Barbosa
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