Mais de 7,7 milhões de venezuelanos fugiram do seu país nos últimos anos – cerca de 6,6 milhões vivem atualmente em países da América Latina e das Caraíbas. A continuação do regime de Nicolás Maduro, no meio de alegações de fraude nas eleições de 28 de Julho, poderá provocar um êxodo em massa sem precedentes. O alerta foi feito pela ex-deputada da oposição María Corina Machado, durante entrevista à imprensa mexicana. No início da noite desta quinta-feira (8/8), Brasil, México e Colômbia divulgaram um comunicado conjunto — o segundo em uma semana —, no qual insistiam na apresentação dos registros eleitorais e apelavam às forças de segurança para garantirem “ pleno exercício do direito democrático dentro dos limites da lei”.
“Se Maduro decidir permanecer à força, à força, poderemos ver uma onda de migração como nunca vimos: 3, 4, 5 milhões de venezuelanos em muito pouco tempo”, declarou María Corina, por videoconferência. “Há tempo para reverter isso. Isso não acontecerá, pelo contrário. Com uma transição ordenada, veremos muitos venezuelanos retornando ao seu país.”
Ao mesmo tempo, o embaixador dos EUA na Organização dos Estados Americanos (OEA), Francisco Mora, admitiu a possibilidade de aumentar a pressão internacional sobre Maduro, caso as autoridades venezuelanas prendam María Corina Machado e Edmundo Gonzalez Urrutia, candidato da Plataforma Unitária Democrata. que se declarou presidente eleita nas eleições de 28 de julho. “Se Maduro decidir fazer isto, a comunidade internacional será activada de uma forma que ele não poderia imaginar, e penso que os seus esforços para fracturar e dividir a comunidade internacional terão falhado totalmente”, alertou Mora numa visita ao Conselho do Atlântico. think tank em Washington. .
No comunicado, Brasil, México e Colômbia qualificam a apresentação dos registros eleitorais pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) como “fundamental”. Numa reunião virtual realizada na véspera, os chanceleres dos três países manifestaram respeito pela soberania e vontade do povo venezuelano e prometeram apoiar os esforços de diálogo e a busca de entendimentos que contribuam para a estabilidade política e a democracia na Venezuela.
Sem negociação
Na entrevista, María Corina denunciou uma “repressão brutal” na Venezuela, com mais de 2 mil presos políticos no país. O opositor reconheceu o papel do México, do Brasil e da Colômbia na tentativa de coordenação e abertura de canais de diálogo com o regime, mas reiterou: “Não negociaremos resultados eleitorais”. Ela garantiu que a Plataforma Democrática Unitária obteve 83,5% dos registros eleitorais. “Eles demonstram que Edmundo González Urrutia é o presidente eleito, com 67% dos votos, e Maduro teve 30%”, disse ela. Segundo ela, a oposição venceu em áreas dominadas pelo chavismo nos últimos 25 anos.
Delcy Rodríguez, vice-presidente da Venezuela, zombou da “histeria internacional” em torno dos registros eleitorais. “E esses tão alardeados minutos que causaram uma espécie de histeria internacional vinda de Washington e de alguns governos satélites?”, questionou, durante encontro com membros do corpo diplomático em Caracas. “Há uma histeria internacional em relação às atas, poderiam até fazer uma série na Netflix, As atas na Venezuela, histeria coletiva. Sinto muito, embaixador da França, mas as atas ofuscaram as Olimpíadas, porque há histeria”.
Por telefone, Nicmer Evans — analista e ex-preso político venezuelano — afirmou que vários estudos e especialistas concluíram que, se o resultado do 28 de julho fosse adverso para a oposição, haveria a possibilidade de uma intensificação de uma onda migratória. “Calcularam uma diáspora de mais de 2 ou 3 milhões de pessoas. Diante da incerteza causada pelo questionamento dos resultados eleitorais, com o passar dos dias vemos mais venezuelanos tomando medidas para deixar o país”, explicou ao Correio. “Há uma clara mobilização dos cidadãos para migrar. Haverá um deslocamento territorial nas fronteiras com a Colômbia e o Brasil”, reiterou.
Segundo Evans, o dia 10 de janeiro de 2025 será crucial para avaliar as intenções de Maduro. “É o dia estabelecido pela Constituição para o juramento de posse do presidente eleito, em 28 de julho. Depois disso, a debandada dos venezuelanos tende a ser muito mais intensa”.
EU PENSO…
“Há temores de que o regime prenda María Corina Machado e Edmundo González, dada a grande onda de prisões políticas na Venezuela: foram mais de 2.500 desde 28 de julho. verificam os celulares dos cidadãos e, se encontrarem algo que os associe a opositores, serão detidos. A prisão de María Corina e Edmundo poderia causar repercussões imensuráveis e possíveis distúrbios sociais.
Nimer Evans, analista e ex-preso político venezuelano
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
como fazer emprestimo consignado auxilio brasil
whatsapp apk blue
simular site
consignado auxilio
empréstimo rapidos
consignado simulador
b blue
simulador credito consignado
simulado brb
picpay agência 0001 endereço