Tragédias como a queda da aeronave Voepass, em Vinhedo (SP), que levou à morte de 61 pessoas na sexta-feira (8/9), pode aumentar o medo das pessoas de voar.
Contudo, o risco de morrer num acidente de avião tem vindo a cair continuamente ao longo dos anos, desde o início da aviação comercial – sendo cada década mais segura que a anterior.
O risco global de morrer num acidente de avião num voo comercial entre 2018 e 2022 era de 1 em 13,7 milhões, de acordo com um estudo do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) publicado em 2024. No Brasil, o risco é ainda menor – 1 em 80 milhões (leia mais abaixo).
A taxa global de 1 em 13,7 milhões representa uma melhoria significativa em relação à taxa de 1 em 7,9 milhões entre 2008 e 2013; e extremamente inferior à chance de morte entre 1968 e 1977, que era de 1 em 350 mil.
“A segurança aérea continua a melhorar”, disse o professor de estatística do MIT, Arnold Barnett, em um artigo publicado em site da universidade.
“Há quem pense que existe um nível de risco irredutível, que é impossível cair abaixo de um limite mínimo. Mas a probabilidade de morrer durante viagens aéreas continua a cair cerca de 7% anualmente, e continua a diminuir para metade a cada década, “, disse Barnett, coautor do estudo.
Qual o risco de morrer em um acidente de avião no Brasil?
A pesquisa do MIT aponta que há uma diferença em termos de segurança entre os diferentes países – e dividiu o mundo em três grupos, de acordo com seus regulamentos de aviação.
O Brasil está no segundo grupo, ao lado de Chile, Índia, México, Catar, África do Sul, Filipinas, entre outros. No primeiro grupo, com regras ainda mais rígidas, estão os EUA, Reino Unido, países da União Europeia, Austrália, Canadá, China, Japão e Israel, entre outros.
Em ambos os grupos, a probabilidade de morrer num acidente de avião entre 2018 e 2022 era de uma em 80 milhões. Para efeito de comparação, a chance de ser atingido por um raio é de uma em 1 milhão.
É o terceiro grupo de países que aumenta a média global de probabilidade de morrer num acidente.
Este grupo inclui a maioria dos países do mundo, incluindo Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e todos os outros países da América do Sul (exceto Brasil e Chile).
No estudo do MIT, Barnet destaca, porém, que mesmo neste terceiro grupo a chance é muito baixa e vem caindo de forma constante.
“Os restantes países continuam a melhorar por algo como um fator de dois [reduzindo os riscos pela metade]mas ainda estão atrás dos dois primeiros grupos”, observou Barnett no artigo do MIT.
Acidentes no Brasil
Embora a chance de morte em um acidente de avião seja baixa, justamente por serem raros, os acidentes de voos comerciais chamam muita atenção e tendem a causar medo e consternação.
A queda do avião em Vinhedo foi o maior acidente de avião comercial no Brasil desde 2007, quando um avião da TAM bateu em um prédio ao tentar pousar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, deixando 199 mortos.
O número de acidentes aéreos fatais permaneceu relativamente estável na última década no Brasil, com a grande maioria envolvendo aviões pequenos e particulares. Houve 38 casos em 2014, 39 em 2018, 36 em 2022, 29 em 2023.
Em 2024, até agosto, já ocorreram 27 acidentes fatais, incluindo a queda do avião em Vinhedo, segundo o Cenipa, órgão aeronáutico que investiga e previne acidentes aéreos.
O número total de acidentes – incluindo aqueles sem vítimas fatais – vem caindo no Brasil ao longo das décadas, mas houve um aumento atípico em 2023, com um total de 156 casos, número 13% superior ao de 2022 (137 acidentes).
Em 2024, até agosto, foram 109 acidentes no total, incluindo o avião Voepass.
A maioria dos acidentes no Brasil em 2023 (44) ocorreu no Centro-Oeste, sendo Mato Grosso o estado com mais casos (25). A região possui muitos voos de pequenas aeronaves que atendem à indústria agrícola.
Por que a aviação está cada vez mais segura?
De acordo com o estudo do MIT, as melhorias na segurança da aviação são uma tendência a longo prazo que deverá continuar.
Embora o estudo em si não detalhe as causas da melhoria na segurança, Barnett observou no artigo no site do MIT que é provavelmente causada por uma combinação de três factores.
Além de importantes avanços tecnológicos, ele também é gerado, disse ele, pelo aumento no nível de formação dos profissionais da aviação e pelo trabalho das agências reguladoras do setor, como a Administração Federal de Aviação dos EUA – ou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac ) no brasil.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
como fazer emprestimo consignado auxilio brasil
whatsapp apk blue
simular site
consignado auxilio
empréstimo rapidos
consignado simulador
b blue
simulador credito consignado
simulado brb
picpay agência 0001 endereço