A companhia aérea Voepass suspendeu todos os voos com partida e chegada em Fernando de Noronha, em Pernambuco, até 31 de agosto. No site da empresa, todas as simulações de viagem realizadas na rota que integra as cidades de Fortaleza e Juazeiro do Norte (Ceará), Natal (Rio Grande do Norte) e a ilha de Pernambuco, estão listadas como “indisponíveis” até o último dia do mês.
A Voepass é dona da aeronave que caiu na sexta-feira (9), em Vinhedo, no interior de São Paulo, matando 62 pessoas.
Procurada, a Voepass não explicou os motivos da suspensão das rotas. Ele afirmou que todas as aeronaves em operação estão “navegáveis” e “capazes de voar, com todos os sistemas necessários em operação”. A reportagem questionou novamente a empresa sobre a indisponibilidade de viajar nos trechos citados, mas a empresa não respondeu até a publicação do texto.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirma estar monitorando a situação e orienta os passageiros atingidos a entrar em contato com a Voepass. Casos de atrasos, cancelamentos e interrupções de serviço, segundo a agência, deverão ser comunicados pela companhia aérea, que também deverá manter os clientes informados a cada 30 minutos sobre a previsão de atrasos nos voos.
A Anac informou ainda que os passageiros que viajariam no período poderão remarcar gratuitamente suas passagens em voo realizado por outra companhia aérea nas datas e horários mais próximos da viagem cancelada. Porém, caso o passageiro queira reservar a viagem para outro dia e horário, de acordo com sua conveniência, só poderá viajar utilizando Voepass e dentro do prazo de validade do restante da passagem.
Nas redes sociais, a empresa afirma que possui voos diretos para Recife saindo de Fortaleza, Juazeiro do Norte, Natal e Fernando de Noronha. No site, porém, não é possível reservar passagem para a capital pernambucana a partir dessas cidades.
As causas do acidente estão sendo investigadas pela Polícia Federal e pelo Cenipa, Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, da Força Aérea Brasileira. As agências já conseguiram extrair dados de voz e de voo das caixas pretas e do Flight Data Recorder, respectivamente, o que será importante para desvendar os motivos do acidente.
“Neste momento de profunda dor, nosso principal esforço é continuar apoiando e prestando assistência irrestrita aos familiares dos passageiros e tripulantes a bordo”, afirma a Voepass, em comunicado. A empresa afirma que a aeronave, modelo ART 72-500, estava em boas condições e apta para voar.
Levadas ao Instituto Médico-Legal de São Paulo, as vítimas passam pelo processo de reconhecimento realizado por peritos. Até a última atualização do governo do Estado, 45 passageiros já haviam sido identificados e 27 foram liberados aos familiares para sepultamento. Outros cinco corpos estão em processo de liberação, aguardando documentação adicional.
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