Procurando processar o que passaram e seguir em frente, a banda The Script lança novamente um álbum completo. Os irlandeses que conquistaram o Reino Unido e fazem sucesso mundial apresentam o álbum Satellites, o sétimo trabalho de estúdio do grupo e o primeiro após a morte do membro fundador Mark Sheehan. A obra rock pop está disponível nas principais plataformas de streaming.
The Script é um dos maiores talentos saídos da Irlanda. Com som radiofônico e marcando sucessos nas paradas britânicas e norte-americanas, a banda colecionou números impressionantes como mais de 10 bilhões de reproduções nas plataformas, 12 milhões de discos vendidos e os seis álbuns anteriores tendo alcançado o primeiro lugar entre os mais vendidos no Reino Unido. Unido. A principal música até o momento é Hall of Fame, de 2012, que acumulou mais de 1,5 bilhão de reproduções.
Em Satellites, o grupo mantém a essência de uma música em alta, mas em um momento de reestruturação. Não só nos treinos, mas também na parte mental. Fundada por Danny O’Donoghue, Mark Sheehan e Glen Power, a banda perdeu Sheehan. O guitarrista e produtor morreu após uma breve hospitalização no que foi descrito como: “uma breve doença” em abril de 2023.
Portanto, o novo álbum é, ao mesmo tempo, uma forma de seguir em frente e parte do processo de luto dos integrantes do The Script. “Foi um processo catártico, eu estava tentando sair de uma situação muito ruim mentalmente depois de um ano muito difícil”, lembra o vocalista Danny O’Donoghue em entrevista ao Correio. “É um período muito particular para acompanhar a nossa banda. Bom, sabendo o que passamos no ano passado, a pergunta que fica é: ‘como eles estão escrevendo músicas?’”, avalia.
A perda e todos os sentimentos que cercam o desenvolvimento dessas músicas não condizem com as escolhas sonoras do álbum. “Minha emoção me levou para músicas mais lentas e com menos energia. Para sair dessa decidi mudar toda a vibe e mudei a abordagem. Por que não abordar os mesmos temas, mas injetar positividade e ritmo”, explica ela. “A música pode ser sobre o fim de um relacionamento, mas parece o tipo de som para curtir em uma balada ou que enlouqueceria num Rock in Rio”, completa.
Ele acredita que a banda permanecer viva é a prova de que eles estão fazendo o que amam e precisam seguir em frente, mesmo que ainda doa. “Não há nada que possamos passar que seja pior do que o que vivemos no ano passado. Não me importo com mais nada que seja dito sobre nós, estamos fazendo o que queremos”, diz Danny, que assume que este álbum soa diferente dos trabalhos anteriores. “É diferente, porque é óbvio que seria diferente depois de tudo que passamos”, afirma.
Porém, o processo ainda é longo e o álbum é apenas mais um passo em direção a uma cura que pode nunca chegar. “É muito difícil, embora eu ache que já processei essa perda, não acredito que já tenha passado por isso, estou só no começo”, acredita o vocalista que parou de beber, fumar e até usar cafeína. Danny escolheu uma rotina de meditação, artes marciais e música. “Uma coisa que tenho certeza é que quero enfrentar tudo isso com a cara e a mente tranquila”, exalta.
Ele entende que nada do que for dito mudará o que aconteceu. “As palavras, por melhores que sejam, não descrevem nada. Não importa quantas músicas eu escrevi sobre amor e desgosto, nada chegou perto do sentimento”, reflete a artista. No entanto, é aqui que entra o Satellites. “Às vezes as palavras dizem tudo, mas às vezes falham. E é aí que a arte toma conta, onde não conseguimos articular”, acrescenta.
E o Brasil?
A última e única visita do The Script ao Brasil está prestes a completar 10 anos. Os irlandeses viveram o calor carioca em noite de Rock in Rio na edição 2015 e dividiram o palco com uma homenagem ao festival, a banda OneRepublic e uma estranha formação do Queen liderada pelo cantor pop Adam Lambert. “Adoro o Rock in Rio, me diverti muito tocando naquele festival”, lembra a cantora.
Na época, Danny namorava uma carioca e passava dias em Niterói. O vocalista teve a oportunidade de morar no Rio de Janeiro e já pensa na hora de voltar. “Já se passaram nove anos desde a última vez que fomos ao Brasil, é hora de voltarmos”, comenta. Se depender do sucesso da turnê, pode ser uma possibilidade, afinal The Script fará turnê pela Europa e Estados Unidos abrindo para o cantor P!nk e também com shows solo.
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