O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, subiu 1,4% em junho. O dado ficou acima do esperado pela maioria dos analistas de mercado, que previam um crescimento em torno de 0,50%.
Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), o indicador apresentou alta de 3,2% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, a expansão foi de 2,1%. E, nos 12 meses até junho, o aumento foi de 1,6%. No trimestre encerrado em junho, o índice de atividade aumentou 1,1% frente aos três meses anteriores. E, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve crescimento de 2,8%.
O indicador, que sinalizou a robustez da atividade econômica, contribuiu para leve ganho do Índice Bovespa (IBovespa), principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), nas primeiras horas de negociação.
O estímulo, porém, não foi suficiente diante do movimento de correção dos investidores, após o IBovespa atingir máximas históricas ao longo da semana. Depois de oito fortes altas consecutivas, o indicador quase alcançou a nona vitória, mas encerrou a semana com queda de 0,15%, aos 133.953 pontos. No ano, a B3 ainda fechou no vermelho, em 0,17%, apesar de acumular alta de 4,94% apenas em agosto.
Segundo analistas, o resultado de junho do IBC-Br coloca um alerta no radar do Banco Central, pois a melhora da atividade pode tornar necessário o aperto monetário. Ontem, o chefe do BC, Roberto Campos Neto, reafirmou que está preparado para elevar a taxa básica da economia (Selic), caso os indicadores econômicos mostrem que esta é uma solução necessária.
Segundo ele, todos os diretores estão acompanhando o comunicado oficial do Comitê de Política Monetária (Copom). “Reforçamos que não estamos dando nenhuma orientação, mas que faremos o que for necessário para trazer a inflação para a meta”, disse Campos Neto, ontem, durante sua participação no evento Barclays Day, promovido pelo Banco Barclays, em São Paulo. Paulo. “Vamos aumentar a taxa de juros se for necessário”, enfatizou.
Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, avaliou que o resultado do IBC-Br reflete uma recuperação econômica mais robusta, influenciada pelo desempenho positivo de setores-chave, como o agronegócio e a indústria. “Com esse aumento, o Banco Central poderá considerar uma postura mais cautelosa em relação à política monetária, mantendo ou talvez até aumentando a taxa de juros para conter possíveis pressões inflacionárias, algo que já foi sinalizado por Galípolo e Campos Neto”, avaliou. ele, lembrando que o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, que é o nome mais popular a assumir a presidência do BC a partir de janeiro de 2025, tem feito discursos semelhantes aos do atual titular da autoridade monetária.
Lima afirmou ainda que o cenário econômico brasileiro “parece positivo, mas exige vigilância para evitar desequilíbrios”, sejam inflacionários ou de retração. “O mercado também continuará atento à evolução do crescimento nos Estados Unidos, o que poderá acabar por ter impacto aqui”, destacou.
Mercado de trabalho
Segundo o economista José Alfaix, da Rio Bravo Investimentos, dados mais fortes do mercado de trabalho podem ser outro fator que impulsiona o aumento das taxas de juros. “O desemprego próximo dos mínimos históricos e o crescimento do rendimento médio real materializaram-se num maior nível de consumo e produção, surpreendendo também as projeções dos seus últimos lançamentos”, destacou.
Na opinião de Alfaix, este é um desafio adicional para o BC, “que além do dinamismo da atividade, ainda lida com preocupações com o cenário externo, o câmbio elevado e a política fiscal pró-cíclica do governo”. “Numa última hora vista como mais conservadora, o IBC-Br apenas reforça a preocupação com a eficiência do aperto monetário sobre uma atividade que continua muito dinâmica”, disse.
Para Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações, a economia brasileira enfrenta o clássico dilema de equilibrar crescimento com estabilidade de preços. “A manutenção ou possível aumento das taxas de juro pode ser necessária para conter as pressões inflacionistas, mas também poderá abrandar o ritmo de crescimento económico”, destacou. Ele afirmou que se o BC optar por manter a Selic elevada, poderá inibir os investimentos e o consumo, desacelerando a expansão econômica. “Por outro lado, uma redução prematura das taxas poderia reacender a inflação, prejudicando o poder de compra da população e a confiança dos investidores. Portanto, a política monetária precisa ser cuidadosamente calibrada para sustentar o crescimento sem perder o controle sobre a inflação”, ponderou.
A atual projeção do Banco Central para o crescimento da economia brasileira neste ano é de 2,3%, segundo o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Enquanto isso, a equipe do Ministério das Finanças projeta expansão de 2,5%.
O IBC-Br possui metodologia de cálculo diferente das contas nacionais calculadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador mensal do BC permite um acompanhamento mais frequente da evolução da atividade econômica, enquanto o PIB trimestral descreve um quadro mais abrangente da economia.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
ra soluções financeiras
blue cartao
empresa de crédito consignado
download picpay
brx br
whatsapp bleu
cartão consignado pan como funciona
simulador crédito consignado
como funciona o cartão consignado pan
ajuda picpay.com