postado em 19/08/2024 06:03 / atualizado em 19/08/2024 06:04
Segundo dados do governo, apenas 10 municípios do Brasil não realizaram o concurso. Não houve registros de ocorrências significativas – (crédito: Marcelo Ferreira/CB/DA Press)
Mesmo com um alto índice de abstenção —entre 52% e 53% dos 2,1 milhões de inscritos não compareceram—, o governo elogiou o resultado do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), o “Enem dos concursos”. Dos que se inscreveram, cerca de um milhão foi aos 75 mil locais de teste em todo o país.
A ministra da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, Esther Dweck, entende que a percentagem de candidatos ausentes ficou dentro das expectativas do governo, dada a “escala” do concurso e afirmou que o número de presentes “surpreendeu bastante positivamente”.
“Não houve outra disputa com este número de pessoas. O número de abstenções, comparativamente às disputas mais recentes, foi ainda menor. Foi uma surpresa positiva dada a dimensão desta disputa”, comentou ontem o ministro, ao fazer o balanço o concurso.
Um argumento repetido pelo ministro para justificar essa abstenção foi a comparação com um concurso para o Banco Central, em que os faltosos chegaram a 62% do total de inscritos. “Demos a oportunidade para a pessoa desistir ou não. São questões pessoais de cada pessoa, decisões que são tomadas no caminho. abstenção, em torno de 50% Não era novidade. Cada um tem seus motivos para não fazer a prova no dia.
Dweck também listou outros motivos para justificar o elevado número de faltosos, como a explicação de que, entre os inscritos, há uma série de pessoas que nunca fizeram concurso federal e citou ainda o fato de pessoas de todo o país assinarem acima. Segundo o ministro, apenas 10 municípios do Brasil não foram cadastrados.
“Foi um concurso de grande envergadura, com competições a decorrer em 228 concelhos. Um milhão de pessoas (que compareceram) foi um número que nos surpreendeu muito positivamente. Ficámos muito felizes”, continuou Esther Dweck.
O ministro lembrou ainda que o candidato teve a oportunidade de desistir do concurso e ter o valor da inscrição reembolsado. Essa oportunidade ocorreu quando o exame foi adiado devido às chuvas no Rio Grande do Sul. Entre os inscritos, a maior abstenção foi de candidatos que concorreram a vagas de nível médio. Apenas 30 mil desistiram de fazer a prova e pediram a devolução do dinheiro, entre a suspensão do exame e sua realização.
Entre os poucos tipos de problemas registados, o ministro citou a falta de energia em algumas salas, mas que posteriormente foi restabelecida, sem necessidade de suspensão da prova. Ela também mencionou um ou dois incidentes, como um motim isolado. Esses problemas, disse ela, ocorreram apenas em 0,2% dos locais onde foram realizadas as provas.
A aplicação do concurso mobilizou cerca de 200 mil pessoas, incluindo 12 mil seguranças públicos, incluindo um contingente da Força Nacional de Segurança.
Dweck reafirmou que o formato dos testes foi pensado para forçar as pessoas a “pensar fora da caixa”. Os episódios de candidatos realizando a caderneta de provas, que levaram à eliminação, também foram muito poucos, segundo o ministro. Ela enfatizou que sair com o caderno não configura vazamento de provas.
Cerca de 500 candidatos, o que representa 0,05% dos inscritos, foram eliminados por algum motivo, que vai desde criar confusão no local da prova ou sair com a cartilha da prova.
A menor taxa de abstenção ocorreu no Distrito Federal. A maior, no Ceará. Os candidatos que disputaram cargos de nível médio foram os mais ausentes entre os diversos grupos. Dentre esses grupos temáticos, o que apresentou menor abstenção ocorreu entre os interessados em vagas nas áreas ambiental e biológica. Os dados exatos serão apresentados hoje pelo ministério.
As mulheres representaram 56% do total de inscritos. O custo da readministração do teste foi de mais R$ 33 milhões. A mudança na própria prova, devido à catástrofe no Sul, não é citada pelo ministro como motivo da abstenção.
“Tem gente que parou de trabalhar para estudar (na primeira data da prova) e teve que voltar a trabalhar. difícil dizer isso”, entende Dweck.
Para Francisco Braga, professor de curso preparatório para concursos e procurador do Estado de São Paulo, comparando a abstenção do concurso de ontem com outros para cargos e níveis semelhantes, a abstenção foi muito elevada.
“Na minha opinião isso se deve a dois motivos. O primeiro é pelo fato de ser um concurso muito grande. Isso fez com que muita gente não se comprometesse a se inscrever, dada a grande quantidade de vagas disponíveis, e , no dia da prova, desistem por não terem estudado. O segundo motivo é devido ao reagendamento da data da prova. Pessoas que se prepararam para o primeiro encontro e não puderam comparecer ontem”, disse Braga.
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