Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) devem se reunir com a liderança do Congresso Nacional nesta terça-feira (20/8) para firmar um acordo sobre as regras de liberação de emendas obrigatórias. A relação entre os dois poderes ficou tensa desde que o ministro Flávio Dino decidiu suspender o repasse desses recursos e se intensificou após o Tribunal ter apoiado a decisão por unanimidade.
Como parte das negociações para diminuir as tensões com a Câmara dos Deputados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou ministros e líderes de governo no Legislativo para uma reunião nesta segunda-feira (19/8). As propostas sugeridas deverão ser utilizadas para formar um acordo a ser apresentado amanhã.
O governo pretende criar uma estratégia de enfrentamento e evitar retaliações, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/2021, divulgada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após votação no STF . A medida limitaria as decisões monocráticas dos ministros da Suprema Corte e daria ao Congresso o poder de vetar decisões tomadas pelos ministros da Câmara.
O repasse de recursos foi suspenso por Dino na tentativa de exigir mais transparência na forma de alterações especiais individuais de transferência, também conhecidas como “alterações Pix”. Além disso, a medida editada pelo ministro determinou uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre todas as transferências realizadas desde 2020.
A Advocacia-Geral da República (AGU) se manifestou por meio de documento solicitando esclarecimentos sobre questões como a interrupção do envio de recursos de emendas já aprovadas e solicitando detalhes sobre as medidas de transparência a serem estipuladas para a liberação dos recursos. A dúvida paira sobre os procedimentos a serem tomados após a decisão tomada pelo ministro e ratificada pelo Supremo e suas consequências normativas.
Falta de transparência
Atualmente, a maioria das transferências é feita sem a identificação do solicitante, deputado ou senador. Também não há necessidade de especificar o destino dos recursos. A ausência de informações básicas como essa impede que órgãos de fiscalização e controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU), atuem para garantir que os recursos públicos sejam aplicados de forma adequada à população.
A posição do STF demonstra, portanto, a necessidade de critérios bem definidos no que diz respeito às transferências feitas pelos governos aos estados e municípios. Outra questão destacada pelo ministro Flávio Dino foi a importância de dar maior transparência ao processo para que haja prestação de contas após a liberação dos recursos. Diante desse cenário, a expectativa do Supremo é que as alterações positivas permaneçam suspensas até que sejam definidas medidas de transparência e rastreabilidade e novas regras sejam criadas pelo Congresso para monitorar as transferências.
Também chamadas de “emendas Pix”, as emendas obrigatórias representam uma fatia do orçamento da União disponibilizada para deputados e senadores utilizarem em benefício de estados, municípios e do Distrito Federal. Estão previstas especialmente pelas Emendas Constitucionais (ECs) 86/2015, 100/2019, 105/2019 e 126/2022, e preveem três tipos de alterações: transferências especiais individuais (PIX), transferências individuais com finalidade definida e aqueles nos bancos.
De execução obrigatória, permitem a destinação de recursos públicos por meio de transferência direta, sem necessidade de autorização do Executivo, permitindo liberdade na escolha da destinação e dos critérios de utilização dos recursos.
Por Camila Curado
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