O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse estar satisfeito com a conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quarta-feira (21/8), no Palácio do Planalto, mas destacou que “há há um descompasso” entre o apoio que é anunciado e o que realmente está sendo implementado pelo governo federal. O tucano destacou que não deixará de criticar o governo petista e classificou as divergências como “algo normal”.
“Agradeço, agradeço, mas não deixo de cobrar. Não deixo de reclamar, não deixo de criticar se for preciso e entendo que é meu papel como governador fazer isso diante de uma Estado que enfrenta uma grave calamidade e precisa de todo apoio”, disse Leite aos jornalistas.
“Houve apoios, há apoios, mas o que tenho mostrado é: há um fosso entre os apoios que se anunciam e os apoios que estão a ser implementados no final”, destacou Leite.
Na semana passada, Lula e o governador do Rio Grande do Sul trocaram farpas em Porto Alegre. O presidente reclamou das exigências do governador em relação à demora do governo federal na liberação de recursos para a reconstrução do estado. O tucano rebateu e disse que “o povo gaúcho não é ingrato”.
O governador disse que saiu da reunião com a expectativa de que as medidas anunciadas pelo governo sejam implementadas. Questionado sobre a troca de farpas na semana passada, ele classificou a divergência como “normal”.
“Eu sempre disse ao presidente: do meu lado, nunca na canela, sempre com a bola. Debatemos, discutimos e divergimos sobre assuntos. presidente me adjetivou”, apontou.
Demandas
Também participaram do encontro o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro do Grupo de Apoio e Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta. Eduardo Leite trouxe três propostas principais ao governo federal:
- Implementação das mesmas medidas durante a pandemia para flexibilizar os contratos de trabalho;
- Melhor negociação da dívida gaúcha;
- Melhores condições para crédito de risco.
O governador afirmou que, dos R$ 1,2 bilhão destinados pelo governo federal ao programa de manutenção do emprego, apenas R$ 170 milhões foram acessados até o momento. Ele argumentou que a renegociação da dívida estadual aprovada na semana passada pelo Senado não atende ao Rio Grande do Sul e que espera mudanças durante a tramitação na Câmara.
Sobre os créditos anunciados pelo governo federal, Leite disse que há dificuldades para as empresas acessá-los, pois muitas têm grandes dívidas e o fundo de garantia criado não acomoda operações de risco dos bancos.
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