Para a diretora de Relações Internacionais da CNA (Confederação Brasileira da Agricultura e Pecuária), Sueme Mori, a importação de produtos agrícolas brasileiros para a Europa está em situação crítica. O diretor conversou com os jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Roberto Fonseca, na edição do CB.Agro – uma parceria entre o Correio Braziliense e o TV Brasília — nesta sexta-feira (23/8).
O setor agrícola brasileiro enfrenta um momento de preocupação com a entrada da legislação de desmatamento da União Europeia, conhecida como EUDR (Regulamento da União Europeia sobre Produtos Livres de Desmatamento). Embora a legislação já esteja em vigor, a arrecadação efetiva terá início em 1º de janeiro de 2025. Essa legislação impõe regras ambientais rígidas para a entrada e circulação de produtos de sete cadeias agrícolas da União Europeia: soja, carne bovina, café, óleo de palma, borracha , cacau e chocolate.
Sueme destaca que a postura do governo brasileiro tem sido buscar o diálogo, conversar, mostrar o lado brasileiro e apoiar o setor privado para construir essa ponte com a Europa. “Mas é como se fosse uma medida unilateral. O governo pega a agenda e discute, tentando dialogar com o outro partido que, até agora, disse que não vai mudar o que está em vigor”, afirmou.
Sobre o Código Florestal Brasileiro, Suemi afirma que o conjunto de regras já é muito rígido e que para que áreas florestais sejam abertas é necessário que diversas condições sejam atendidas. “A legislação da União Europeia não distingue entre desflorestação legal e ilegal. Então, mesmo que a abertura tenha sido feita de forma legal, a partir do próximo ano, estes produtos vindos de áreas abertas depois de 2020 não poderão mais entrar na União Europeia”, afirma.
“Essa é a medida como está hoje, há questões que são impeditivos para a agricultura brasileira. Essa data de corte é uma preocupação, assim como no Brasil, no Reino Unido e nos Estados Unidos sinalizaram uma solução em que pode haver uma diferenciação entre desmatamento legal e ilegal Esse é um ponto muito central na medida e nas conversas que a CNA tem mantido com representantes da União Europeia. Esse é um ponto que eles nem querem discutir, mesmo com o nosso Código Florestal permitindo. abrindo”, explica.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
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