Natural de Brasília, o promotor Antônio Henrique Graciano Suxberger, 47 anos, tem brilhante trajetória acadêmica e no serviço público. Primeiro colocado em seu concurso para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), tem mais de 21 anos de carreira, período em que atuou na gestão de diversos procuradores-gerais de Justiça, José Eduardo Sabo Paes , Rogério Schietti, Eunice Carvalhido e Leonardo Bessa.
Agora Suxberger pretende concorrer ao cargo de liderança da instituição. Ele entra na disputa com o atual procurador-geral do MPDFT, Georges Seigneur, incentivado pelos colegas e apoiado pela família, especialmente pela esposa, a juíza Rejane Jungbluth Teixeira Suxberger, com quem tem dois filhos, de 14 e 8 anos. procurador, Suxberger foi advogado, analista judicial e defensor público da União. No MPDFT, atuou como assessor de controle de constitucionalidade, recursos constitucionais, criminais e cíveis. Também atuou como membro auxiliar do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), lotado na Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública. Hoje é chefe da 14ª Promotoria de Justiça Criminal.
Suxberger também foi nomeado pelo Estado brasileiro como perito em duas ocasiões para representar o país em julgamentos da Corte Interamericana de Direitos Humanos, sobre letalidade policial e desaparecimento forçado de pessoas. Além disso, é professor dos cursos de especialização da Fundação Escola Superior do MPDFT, desde 2004, e do programa de mestrado e doutorado do Ceub desde 2014. Em sua formação acadêmica, realizou pós-doutorado no Jus Gentium Conimbrigae do Universidade de Coimbra, na área da democracia e dos direitos humanos. A lista a ser encaminhada ao presidente Lula para indicação já está pronta porque apenas dois candidatos se apresentaram na disputa, Seigneur e Suxberger. O conflito agora é apenas pelo número de votos. O Palácio do Planalto, porém, não precisa escolher aquele que tiver mais votos.
Abaixo está a entrevista com Suxberger. Em breve, o caderno Lei e Justiça Também abrirá espaço para o procurador-geral de Justiça, Georges Seigneur, que está no cargo desde 2022.
O que o motivou a se candidatar ao cargo de Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal?
Acho que estive envolvido, em graus variados, na gestão do nosso MPDFT ao longo da minha carreira. Atua há mais de 21 anos e sempre contribuiu para a gestão de todos os nossos líderes sem distinção. Conheço o custo pessoal desta missão, mas fui verdadeiramente encorajado pelo incentivo de colegas que muito admiro e me inspiram. Eu nunca me apresentaria a esta eleição sem o apoio da minha família. Dão-me a certeza de que sou capaz de contribuir de forma relevante para o MPDFT e para a sociedade que servimos. Não há vontade ou projeto pessoal. Pelo contrário: o meu lugar é no Ministério Público e a ele voltarei o mais breve possível, caso venha a liderar o MPDFT. A minha motivação é uma construção coletiva, pautada pela transparência e pela otimização das missões do MPDFT.
Na sua avaliação, qual deveria ser o foco do Ministério Público? Mais combate à corrupção ou mais defesa dos direitos quotidianos dos cidadãos?
Não vejo essas missões como pontos separáveis. A complexidade das missões atribuídas ao Ministério Público atende justamente a uma visão multinível. Vale lembrar que a MP é uma garantia institucional para exigir o que a Constituição estabelece como obrigatório ao Estado de Direito. Acredito que devemos estar engajados institucionalmente, para agirmos em atenção ao cidadão, junto com a comunidade, para lermos esses anseios e vocalizarmos demandas. Além disso, trabalhamos para promover e garantir políticas de Estado voltadas à concretização de direitos. A agenda do Ministério Público é construir uma sociedade igualitária, promovendo a justiça e a igualdade perante a lei. Isto envolve combater a corrupção e o crime em geral, mas não ignora a atenção aos grupos vulneráveis da nossa sociedade. Atendemos a sociedade do DF.
Você acha que o Brasil recuou no combate à corrupção nos últimos tempos, desde que a Operação Lava-Jato sofreu derrotas no Judiciário?
Combater a corrupção exige a criação de incentivos para o controlo social, a transparência e a responsabilização. Procurar punição é uma parte inevitável deste processo, mas não pode ser a única resposta. Penso que o Ministério Público deve dinamizar e sofisticar os seus instrumentos de acção preventiva e de eficácia na construção de respostas.
Qual é o maior desafio do Ministério Público neste momento?
Internamente é necessário desenvolver ferramentas de governança, transparência e, principalmente, motivação dos colaboradores e membros da nossa instituição no MPDFT. Penso que a modernização da instituição exige que as inovações sejam levadas a todos — e que todos sejam acolhidos a partir de uma leitura mais sensível das suas dificuldades e desafios. A gestão coletiva envolve uma administração que presta contas de suas decisões e incentiva os funcionários e associados a participarem dos processos de tomada de decisão. Temos bons projetos, ações e iniciativas. Mas vejo uma dificuldade em transformar esses projetos em programas e planos, ou seja, levar o que fazemos de bom para todos. Isso envolve também valorizar a nossa carreira e como somos reconhecidos por ela. Externamente, o diálogo interinstitucional é uma premissa para o bom desempenho das nossas funções. Promover um diálogo elevado, proposital e com compreensão da nossa missão constitucional é um compromisso que assumo desde o início.
Você acredita que o Ministério Público deveria buscar conciliações e acordos com o Poder Público antes de entrar com ações judiciais?
A ação resolutiva já foi incorporada e precisa ser aprimorada. Resolver casos e resolver problemas: são tarefas que vão muito além da judicialização dos casos. A judicialização é uma possibilidade para o Ministério Público cumprir sua função, mas não é a única possibilidade de intervenção nos problemas públicos. Esse entendimento permeia toda a atuação do Ministério Público: infância e adolescentes como prioridade, ação civil, área penal, direitos difusos, políticas públicas… tudo.
É possível fazer esse tipo de acordo sem comprometer a função fiscalizadora do MP?
Há um ponto de compreensão necessária. Acordar não é comprometer nossa integridade. Promover soluções através do diálogo e agir com firmeza são qualidades a serem cultivadas pelo MPDFT. Somos uma instituição dedicada a crescer e responder positivamente diante das adversidades. A busca resiliente pelo diálogo é o que nos torna uma instituição democrática. Neste ponto, é importante que o MPDFT se dê o exemplo.
Que legado você quer deixar se for nomeado procurador-geral?
Sinceramente, a minha preocupação é com a institucionalização de boas práticas. Agradeço mapear casos de sucesso de ação institucional e compreender as razões desse sucesso. Esta é uma tarefa necessária para que as boas práticas sejam adotadas como ação por todos. Em seguida, criar um ambiente institucional que incentive e permita novas práticas: é preciso desenvolver um “círculo virtuoso”. É hora de cultivar o engajamento, o pertencimento institucional e a missão de servir. Legado? Espero que o legado consista em deixar isto como uma cultura viva do MPDFT, independentemente de quem esteja à frente da instituição. Nossos nomes precisam passar: a permanência é do MPDFT.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
empréstimo para pensionista do inss
empresas de emprestimo consignado
nova taxa de juros consignado
telefone noverde
picpay idade mínima
pague menos bancarios
simulador de financiamento safra
simulação consignado bb
simular empréstimo para aposentado
go pan consignado
emprestimo para negativados bh