Combinando a fome com a vontade de comer, o filme Estômago ganha uma sequência. Intitulado Estômago II – O chef poderosoo filme chega aos cinemas para dar continuidade, 16 anos depois, à história de Raimundo Nonato, um cozinheiro habilidoso e de mente maquiavélica. A produção estreia hoje nos principais cinemas do Brasil depois de boa sequência de festivais e clamor popular. Estômago II é servido.
O filme realizado por Marcos Jorge, que também partilha o guião com Lusa Silvestre e Bernardo Rennó, traz o regresso de João Miguel ao papel de Raimundo Nonato, conhecido na prisão como Alecrim. Porém, desta vez, a história não trata apenas do protagonista preso. Agora Alecrim se vê em uma situação difícil entre Etcetera, personagem de Paulo Miklos, que só teve uma participação especial no primeiro filme, e Dom Caroglio, mafioso italiano interpretado por Nicola Siri que o público vai conhecendo à medida que a narrativa avança.
“Que bom que o Marcos não me matou no primeiro”, brinca Paulo Miklos, que agora tem tempo de tela para desenvolver as nuances do personagem Etcetera. “Estou muito feliz, porque lembro que, quando o Marcos me chamou para interpretar o Estômago original, caí de paraquedas em um elenco muito afiado. do Etcetera”, complementa.
Nicola, por outro lado, vê a produção como uma oportunidade única na vida. “Foi um encontro mágico, desde o início disse que este seria o filme da minha vida e está mesmo a tornar-se o filme da minha vida”, afirma o ator, responsável por liderar o grupo italiano que inclui nomes como como o jovem talento do cinema italiano Giulio Beranek, a pop star Violante Placido, o inglês Vincent Riotta e Marisa Laurito, atriz de teatro que se tornou uma espécie de Ana Maria Braga italiana.
O filme tem elenco italiano porque é parcialmente rodado na Itália. A escolha foi feita para enriquecer o roteiro, mas também pelo sonho do diretor. “Estudei cinema em Roma, mas nunca tive oportunidade de fazer um filme de ficção na cidade”, diz Marcos Jorge, que passou a década de 1990 estudando e trabalhando com cinema na terra da bota. “Esse projeto me permitiu expandir e fazer algo na cidade que amo com as referências que amo”, comenta o cineasta.
Essas referências são claras, as produções que tratam da máfia italiana são fonte para as falas e ações dos personagens. O poderoso chefe, presente até no título, é um dos mais exaltados. Porém, a história tinha que vir para o Brasil e, para que tudo funcionasse, uma peça tinha que fazer a ligação entre culturas. “Precisava de um ator que tivesse as duas partes bem resolvidas, que fosse italiano, tivesse experiência na Itália, mas que se movimentasse bem no Brasil. Foi assim que Nicola se encaixou”, lembra o diretor.
Com um bom elenco e um bom roteiro, foi preciso encontrar formas de contar uma nova história, mesmo muito depois da estreia do original. “Dezesseis anos depois não era possível fazer o mesmo filme. O tempo passou, as coisas mudaram e tentei atualizar a história”, diz Marcos Jorge, que diz ter aproveitado a passagem dos anos para se comunicar com novos públicos. “Decidimos comunicar com o público jovem, usar uma linguagem clara”.
Apesar de ter este novo envelope, a mensagem ainda é semelhante. “Este filme é sobre identidade assim como o primeiro. No original, Raimundo Nonato está constantemente em busca da própria identidade, enquanto neste, Dom Caroglio está nesse processo”, explica Marcos Jorge. O filme segue formato semelhante ao Estômago, em que a história é contada em duas linhas do tempo e o espectador só tem suas dúvidas respondidas no final. “Assim como no primeiro filme você vai entendendo aos poucos como Raimundo Nonato vai parar na cadeia, agora aos poucos você vai entendendo quem é esse Dom Caroglio”, diz Nicola Siri.
Para que todo esse processo fosse possível, o diretor confiou nos atores para entregar um filme que, antes de falar de comida, é sobre relacionamentos. “É um filme com três grandes atores em que João Miguel administra com maestria essa relação entre os personagens de Nicola e Paulo”, elogia o cineasta, que mais uma vez faz uma reverência a João Miguel. “Pouco mais de 16 anos depois ele retorna perfeitamente ao Nonato”, exalta.
Simples, bem-sucedido e grandioso
Assim como seu antecessor, Estômago II vem sem pretensão de grandeza, mas faz um barulho interessante dentro do contexto das produções brasileiras. O filme ganhou cinco Kikitos no Festival de Gramado, incluindo melhor filme do júri popular, melhor ator — para a dupla João Miguel e Nicola Siri — e melhor roteiro. O filme também foi responsável por uma remasterização em 4K do Estômago original, que voltou ao circuito comercial dos cinemas brasileiros.
Fazer parte de algo deste universo, por si só, é sinônimo de fazer parte de um trabalho de qualidade reconhecida. “Quando fui chamado para fazer a sequência, sabia que participaria de um dos maiores filmes da história do cinema brasileiro, que teve repercussão internacional. Um dos filmes nacionais que mais ganhou prêmios no exterior”, lembra Nicola Siri. “Stômago é aquela coisa maravilhosa que seduziu a todos e entrou para a história do cinema nacional como um dos filmes mais queridos”, finaliza Paulo Miklos.
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