Com o crescimento de Pablo Marçal (PRTB) nas intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo, a família do ex-presidente Jair Bolsonaro passou a acenar para o ex-técnico. Mesmo com a série de farpas trocadas entre o candidato e o ex-chefe do Executivo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL), eles mudaram o tom no relacionamento com Marçal.
“Conversei recentemente com Pablo Marçal, ele foi muito educado e gentil comigo. Explicamos nossos pontos e fico feliz em saber que queremos seguir na mesma direção quando falamos do Brasil. ao Pablo e que sairíamos todos mais fortes por um Brasil que os brasileiros querem”, escreveu Carlos em X.
A avaliação entre as campanhas dos adversários é que a mudança de chave no discurso da família serve de guia para a militância evitar ataques ao ex-técnico, além de indicar uma autorização para a saída dos últimos apoiadores de Bolsonaro que permaneceram no apoio da reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
A reaproximação com Marçal foi promovida pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que foi defensor do apoio de Bolsonaro ao ex-técnico, já que, para ele, o atual prefeito é considerado “não muito Bolsonaro” e chamado por alguns apoiadores de o ex-presidente do “comunista”.
Com a queda nos números do prefeito, registrada nas últimas pesquisas de intenção de voto, a expectativa é que os apoiadores de Bolsonaro comecem a se engajar mais ativamente na campanha do candidato do PRTB.
Novas direções
Com a debandada dos bolsonaristas, integrantes do PL devem fechar os olhos aos candidatos do partido que, em vez de pedirem votos para o prefeito, fazem suas campanhas defendendo a candidatura do ex-técnico. Quem abriu a divergência na coligação de apoio a Nunes foi a ex-deputada Joice Hasselmann (Podemos).
Ela concorre a uma vaga na Câmara Municipal e postou um vídeo nas redes sociais dizendo que conversou com a presidente do seu partido, deputada Renata Abreu (SP), e explicou seus motivos para apoiar Pablo Marçal.
Numa demonstração de alinhamento com a família Bolsonaro, o ex-técnico desdenhou o apoio dado por Joice Hasselmann. “Eu não quero, obrigado! Nunes, tenha certeza que esse bo é seu!”, disse ela sobre o vídeo em que declara seu voto nele.
Em entrevista à GloboNews, na última segunda-feira (26/8), Marçal disse que Bolsonaro “é o maior líder”. “Não quero tirar nada do Bolsonaro. Ele é o maior líder e ninguém vai tirar isso dele. Não quero esse fardo, de ser o cara. Quero servir o povo de São Paulo. “
Levantamento feito pelo Datafolha comprova a migração do bolsonarismo de Nunes para Marçal. Em pesquisa do início do mês, o atual prefeito liderou entre os eleitores que se declararam bolsonaristas na cidade de São Paulo, com 38% das intenções deste grupo, enquanto o ex-técnico registrou 29% da preferência deste grupo.
Em nova pesquisa, do mesmo instituto, realizada entre os dias 20 e 21 de agosto, o candidato do PRTB aumentou para 44% a preferência desse público, enquanto Nunes encolheu para apenas 30% a preferência entre os eleitores que votaram em Bolsonaro em 2022 .
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