A cotação do dólar comercial encerrou o dia com forte alta de 1,16% nesta quinta-feira (29/8). Ao final do pregão, a moeda norte-americana valia R$ 5,62 no mercado brasileiro. A valorização acompanhou o ritmo observado em outros países emergentes, já que o Índice DXY, que compara o desempenho do dólar com moedas de diversos países, encerrou o dia com alta de 0,29%.
Uma das explicações para a valorização mais acentuada do dólar é a reação do mercado aos dados econômicos dos EUA divulgados na manhã desta quinta-feira, que revisaram o Produto Interno Bruto (PIB) do país no 2º trimestre de 2024. A nova estimativa aponta para que a economia norte-americana a actividade cresceu a uma taxa anual de 3%, e não 2,8% como publicado anteriormente.
Diante disso, o medo de uma recessão nos Estados Unidos, que inclusive foi levantado pelo presidente do Federal Reserve, o Banco Central norte-americano, Jerome Powell, ganha menos força. Na avaliação do CEO da Swiss Capital Invest, Alex Andrade, uma economia forte nos EUA tende a aumentar a demanda por exportações, o que deve beneficiar os setores de commodities e outros produtos exportados por países, como o Brasil.
“Por outro lado, se o crescimento robusto levar a Reserva Federal (Fed) a manter ou aumentar as taxas de juro, poderá haver um fluxo de capital para fora dos mercados emergentes e para activos americanos, que são considerados mais seguros, o que poderá desvalorizar as acções. moedas locais e aumentam o custo do financiamento externo para esses países”, diz Andrade.
Ibovespa e Azul
Enquanto isso, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) voltou a cair e encerrou a sessão com queda de 0,95%, aos 136.041 pontos. Apesar disso, a bolsa acumulou ganhos de 0,32% nesta semana, batendo mais uma vez o recorde histórico, ao atingir 137 mil pontos na última quarta-feira (28/8).
As ações que lideraram os ganhos na bolsa no pregão desta quinta foram as da Gerdau (GGBR4), que avançou 2,27% no fechamento. As ações da holding Metalúrgica Gerdau (GOAU4) acompanharam o ritmo e também fecharam positivas, com alta de 1,84%. As ações ordinárias da Vale (VALE3) registraram leve queda de 0,12%, enquanto as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) caíram 0,68%.
O destaque negativo desta quinta foram as ações da Azul Linhas Aéreas (AZUL4), que despencaram 24,14% após notícias do portal Bloomberg que afirmavam que a empresa buscava opções para quitar sua dívida com devedores, que incluem pedido de proteção contra credores nos Estados Unidos, denominado “Capítulo 11″.
Durante o dia, as ações caíram mais de 26%. Horas após a publicação da notícia, a empresa publicou nota na qual avalia que a notícia divulgada pela Bloomberg é “mal interpretada”. Sem citar os possíveis acordos levantados no assunto, a Azul listou uma série de ações que a empresa realiza para cumprir seus compromissos com os credores.
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