O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), acatou nesta segunda-feira, 20, o pedido de recuperação judicial da Polishop. Procurada por meio de sua assessoria de imprensa para comentar o assunto, a empresa disse que não comentaria no momento.
Na decisão, o juiz manteve a nomeação da Cabezón Administração Judicial como administrador judicial. Na prática, monitorará a atuação do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial. A Polishop havia protocolado o pedido de recuperação judicial no início deste mês.
Segundo o desembargador Oliveira Filho, em até 48 horas Cabezón deverá formular um termo de compromisso e, em até 15 dias, apresentar uma proposta de trabalho, quanto irá cobrar e também o primeiro relatório.
Em abril deste ano, o presidente e fundador da Polishop, João Appolinário, disse ao Estadão/Transmissão que a empresa estava buscando uma reestruturação extrajudicial com seus credores. Em pedido feito à Justiça na época, ele disse que o endividamento bancário da empresa diminuiu de R$ 270 milhões em janeiro de 2022 para R$ 84 milhões em 2024.
Segundo Appolinário, entre os fatores que levaram a empresa ao endividamento estão os efeitos da pandemia, o aumento do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e a crise de crédito causada pelo caso Americanas.
Suspensão de execuções
O juiz ordenou a suspensão das execuções, prisões, apreensões e outras medidas contra a Polishop por um período de 180 dias. A Polishop é alvo de pelo menos 50 ações de despejo por falta de pagamento de aluguéis de lojas. Pelo menos 100 unidades em shoppings já foram fechadas.
Os credores autores das ações na Justiça Comum ou Trabalhista deverão apresentar pedido extrajudicial a Cabezón, citando as decisões e comprovando também quanto devem receber da Polishop.
Ainda de acordo com o despacho, o administrador judicial deverá emitir relatórios mensais sobre essas demandas. A apresentação de contas deverá ser feita no dia 30 de cada mês.
A Polishop também está legalmente obrigada a entregar todos os documentos solicitados pela Cabezón e também a entregar extratos de todas as suas contas bancárias e documentos de pagamento de impostos e segurança social, incluindo fundos trabalhistas.
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