Dono de um vasto repertório musical e de uma verdadeira fusão sonora, o cantor, compositor e instrumentista Chico Chico, filho da querida e lembrada Cássia Eller, lançou o segundo álbum solo de sua carreira, intitulado Estopim. O álbum, produzido por Pedro Fonseca, brinca com diferentes estilos e influências musicais, com letras que exploram o cotidiano, o amor, a saudade e a natureza.
Com 11 faixas, o álbum vai desde sonoridades de samba, MPB e ritmos nordestinos, até arranjos psicodélicos e uma coleção de vozes sobrepostas. “Cara, estou confuso pra caramba, acho que o álbum diz muito bem isso, porque tem uma sensação meio de colagem, né?”, diz Chico Chico em entrevista ao Correio.
Nascido e criado no Rio de Janeiro, Chico Chico traz um clima urbano citadino para suas composições, ao mesmo tempo que a ligação do cantor com o interior e as influências nordestinas também aparecem na individualidade do trabalho do artista. “É divertido! Nos divertimos muito fazendo isso. Simplesmente nos divertimos”, diz o cantor, que também levou essa dualidade para o Estopim.
O álbum abre com um interlúdio e depois inicia um groove rock com referências especialmente ao bumba-meu-boi, do Maranhão, no primeiro single chamado Toada. À medida que as músicas avançam, o álbum alterna entre momentos mais delicados no canto e nos arranjos e momentos mais explosivos de intensidade emocional e sonora.
Segundo Chico Chico, embora o disco tenha sido gravado neste ano, algumas músicas do disco foram compostas muito antes mesmo de ele começar a ser pensado, como por exemplo a oitava faixa Acorda Zé, escrita há seis anos. “É um pouco uma mistura dessas coisas, uma coleção de músicas. Mas o conceito do álbum começou a ser criado e pensado este ano”, declara.
Para a cantora, o mais desafiador e, ao mesmo tempo, gratificante foi conseguir unir todas essas referências e influências para criar uma mistura musical autêntica. “O interessante foi que conseguimos amarrar essas coisas que, a princípio, seriam diversas, difusas e não conversariam entre si”, diz Chico Chico. “Acho que conseguimos fazê-los conversar, sabe? Conseguimos uni-los bem dentro do álbum.”
*Estagiário sob supervisão de José Carlos Vieira
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