Após a divulgação de denúncias de assédio sexual do ministro Silvio Almeida contra mulheres, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania divulgou nota dizendo que a organização Me Too Brasil, que oferece escuta e apoio a vítimas de violência sexual, tem uma “relação histórica polêmica em relação às responsabilidades do Ministério”.
Segundo a área de Direitos Humanos, o Me Too esteve em negociações, em 2023, com os então gestores da Coordenação Geral do Disque 100, solicitando alterações indevidas no formato do atual edital. A posição da organização era contrária à separação dos serviços “Ligue 180” e “Disque 100”, resultante da separação do departamento em relação ao Ministério da Mulher.
“Vale atentar para o fato de que, além de ser uma decisão política já tomada pelos ministérios envolvidos, não poderia sequer ser discutida com um possível participante da licitação, pois configuraria conflito de interesses. assim, foram feitas tentativas pela organização de delinear o caráter licitatório do Disque 100, com a intenção de atender seus interesses nas negociações. Assim, no dia 23 de dezembro de 2023, foi realizada uma agenda com a presença de um advogado representante do Me Too. organização, Marina Ganzarolli, com os então representantes da Coordenação Geral do Disque 100, Kelly Caroline dos Santos Garcéz e Iany Macedo Brum”, afirma o Ministério, em nota divulgada na noite de quinta-feira (09/05).
Para o departamento chefiado por Silvio Almeida, as situações indicam que existem outras circunstâncias a investigar “para coibir abusos, garantir a responsabilização daqueles que abusam da justiça e que podem envolver interesses instalados em recursos da administração pública”.
“Mais do que isso, eles explicam uma modus operandicom denúncias anônimas, infundadas e imateriais, sobre questões de assédio, que se repetem no cenário determinado. A população brasileira merece uma investigação imparcial e responsável sobre possíveis irregularidades e atos ilícitos, como forma de garantir a justiça e a integridade das pessoas envolvidas e das instituições democráticas”, finaliza.
Denúncia contra Silvio Almeida por assédio sexual
A organização de defesa das vítimas de assédio Me Too Brasil informou, nesta quinta-feira (9/5), que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida. Segundo a nota, os denunciantes foram atendidos e receberam apoio psicológico e jurídico.
Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ela ainda não comentou o assunto. A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, compartilhou uma foto abraçando Anielle após as denúncias se tornarem públicas. O registro de Janja foi publicado nos stories do Instagram sem nenhuma legenda.
O ministro Silvio Almeida foi chamado na noite desta quinta-feira para prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao procurador-geral da União, Jorge Messias. O próprio ministro Silvio informou que encaminhará ofício à CGU, ao Ministério da Justiça e à Procuradoria-Geral da República para que investiguem o caso. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir de ofício procedimento de investigação. O Governo Federal afirmou reconhecer a gravidade das denúncias.
Confira a nota completa de Silvio Almeida
Repudio veementemente as mentiras que estão sendo contadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho por minha esposa e minha querida filha de 1 ano, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país.
Toda e qualquer reclamação deve ser material. Porém, o que percebo são conclusões absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias e bloquear nosso futuro.
Confesso que é muito triste vivenciar tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir a nossa existência, imputando a mim a conduta que praticam. Com isso, o Brasil perde, perde a agenda de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro.
Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para isso é necessário que os fatos sejam expostos para serem investigados e processados. E não apenas com base em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios à Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à Procuradoria-Geral da República para que façam uma investigação criteriosa do caso.
As falsas acusações, conforme definidas no artigo 339 do Código Penal, constituem “denúncia caluniosa”. Tais difamações não corresponderão à realidade. Segundo movimentos recentes, fica claro que existe uma campanha para afetar a minha imagem de homem negro em posição de destaque no poder público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente das opiniões partidárias.
Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização. Lutarei sempre pela verdadeira emancipação das mulheres e continuarei lutando pelo seu futuro. Os falsos defensores do povo querem destituir aqueles que os representam. Eles estão tentando apagar minha história com meu sacrifício.
Veja a nota do Ministério dos Direitos Humanos na íntegra:
O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), tendo em conta notícias recentemente divulgadas pela comunicação social, de alegados episódios de assédio sexual perpetrados pelo Ministro Silvio Almeida contra mulheres, trazidas à luz pela organização Me Too, apresenta esta nota de esclarecimento.
A organização responsável pela divulgação das supostas denúncias tem um histórico de relacionamento controverso em relação às responsabilidades deste departamento. Diante das informações amplamente compartilhadas, a equipe ministerial verificou uma sequência de fatos que merecem ser esclarecidos, por respeito ao povo brasileiro.
A Me Too esteve em negociações, em 2023, com os então gestores da Coordenação Geral do Disque 100, solicitando alterações indevidas no formato de licitação vigente no MDHC. A posição da organização era contrária à separação dos serviços “Ligue 180” e “Disque 100”, resultante da separação do departamento em relação ao Ministério da Mulher. Vale atentar para o fato de que, além de ser uma decisão política já tomada pelos ministérios envolvidos, não poderia sequer ser discutida com um possível participante da licitação, pois configuraria um conflito de interesses.
Mesmo assim, foram feitas tentativas pela entidade de delinear o caráter licitatório do Disque 100, com o intuito de atender seus interesses nas negociações. Assim, no dia 23 de dezembro de 2023, foi realizada uma agenda com a presença da advogada representante da organização Me Too, Marina Ganzarolli, juntamente com as então gerentes da Coordenação Geral do Disque 100, Kelly Caroline dos Santos Garcéz e Iany Macedo Brum.
Dando continuidade às diligências pactuadas em reunião, no dia 10 de janeiro de 2024, a advogada Marina Ganzarolli enviou e-mail aos referidos gestores, parabenizando-os pelo trabalho realizado e apresentando, de forma inapropriada, pedidos de adequação ao catálogo de serviços.
Nesse ínterim, o MDHC alterou completamente o formato da licitação, em razão da indicação de possível superfaturamento no catálogo de serviços, identificado pela Assessoria Especial de Controle Interno do departamento, que tem como função garantir a conformidade das atividades do órgão com as normas legais e regulamentares. .
Cumprindo os preceitos de integridade e cumprimento, o processo licitatório passou a ser acompanhado diretamente pela Secretaria Executiva e pela Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério, com reuniões semanais para o devido acompanhamento do procedimento. Para apuração do superfaturamento, o desenho da contratação foi revisto, ocasionando uma redução substancial, de aproximadamente R$ 80 milhões para cerca de R$ 56 milhões nas contratações anuais.
Cerca de um mês depois, a organização Me Too retomou a tentativa indevida de interferência na concepção do concurso em agenda com a Provedora Nacional de Direitos Humanos, Luzia Cantal, o que ocorreu no dia 23 de fevereiro de 2024, sem sucesso. Nesse período, foi feita denúncia anônima de assédio contra o então Coordenador Geral da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, Vinícius de Lara Ribas, que, não por coincidência, acompanhou mais de perto os procedimentos de elaboração de licitações, como Ouvidor Substituto, e passou a identificar inconsistências. Posteriormente, foram recebidas denúncias informais de que a denúncia havia sido arquitetada pela Coordenadora Geral do Disque 100, Kelly Garcez.
Dadas as irregularidades constatadas no procedimento de concepção da licitação, Kelly Garcez foi destituída em 15 de março de 2024, e, na mesma data, sua Coordenadora de Apoio, Iany Macedo Brum, renunciou ao cargo. As situações narradas acima indicam que existem outras circunstâncias a serem investigadas, com seriedade, para coibir abusos, garantir a responsabilização daqueles que abusam da justiça e que podem envolver interesses instalados em recursos da administração pública.
Mais do que isso, explicam um modus operandi, com denúncias anônimas, infundadas e infundadas, sobre questões de assédio, que se repetem no cenário determinado. A população brasileira merece uma investigação imparcial e responsável sobre possíveis irregularidades e atos ilícitos, como forma de garantir a justiça e a integridade das pessoas envolvidas e das instituições democráticas.
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