Uma série de operações policiais foram deflagradas nesta terça-feira (21/5) em vários estados do país para combater armas do crime organizado que atuam no chamado novo cangaço, lavagem de dinheiro para tráfico de drogas e exploração de pornografia infantil. As ações envolveram policiais federais e estaduais, além de militares do Exército.
A partir de São Paulo, com o apoio de equipes da Rota (grupo de elite da Polícia Militar de São Paulo), a Polícia Federal mirou o caminho das armas que alimentam o novo cangaço —grupos fortemente armados que invadem cidades do interior para assaltar agências bancárias —, na operação chamada Baal. Segundo informações da PF, o ponto de partida das investigações foi a tentativa de roubo ocorrida em abril do ano passado em uma base de transporte de valores em Confresa (MT). Houve um confronto e criminosos foram mortos ou presos. Um deles morava em São Paulo e, segundo a corporação, fazia parte de uma quadrilha que também fornecia armas para o tráfico de drogas.
Na operação desta terça foram cumpridos 13 mandados de prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão na capital paulista e em Osasco, Santo André, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Piracicaba, Mairinque, Buri – no estado de São Paulo — e em Xique-Xique (BA), Timão (MA) e Corrente (PI). As investigações revelaram “que os principais fornecedores de armas de fogo e munições utilizadas pela organização criminosa são os CACs (Colecionadores, Atiradores Esportivos e Caçadores)”, segundo a PF. A Justiça também autorizou o bloqueio de contas bancárias e bens dos suspeitos até o limite de R$ 4 milhões.
Exército
Com o apoio de militares do Exército, a PF também saiu às ruas para desmantelar uma organização criminosa formada por CACs, policiais militares baianos e pernambucanos, donos de armazéns de armas e munições suspeitos de fornecerem ao crime organizado. A chamada Operação Fogo Amigo, que contou com a participação de 320 agentes, foi deflagrada para cumprir 20 mandados de prisão preventiva e 33 mandados de busca e apreensão nos dois estados e também em Arapiraca (AL). Os investigados tiveram seus bens bloqueados até o limite de R$ 10 milhões. Em Salvador, segundo informações preliminares, houve confronto com a polícia e um dos suspeitos foi baleado.
“Durante o início da operação, o Exército Brasileiro realizou fiscalizações em outros estabelecimentos que comercializam armas, munições e acessórios controlados nos municípios de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE)”, informou a PF em relação à participação da Força na Operação Fogo Amigo. Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, venda ilegal de armas e munições, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, com penas que, somadas, podem chegar a 35 anos de prisão.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br