O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou Esther Dweck ministra interina dos Direitos Humanos após a demissão de Silvio Almeida, acusado de cometer assédio sexual no governo. Membro histórico do PT, Dweck também chefia o Ministério da Gestão e Inovação e acumulará as duas funções até a nomeação de um novo chefe para a pasta deixada por Almeida.
O ministro foi um dos membros do governo que o petista ouviu antes de demitir Almeida. Com longa trajetória na área econômica, não possui histórico acadêmico na área de direitos humanos. O comando do ministério chegou depois que a secretária executiva Rita Cristina de Oliveira, número 2 do departamento que ocuparia interinamente o cargo, renunciou na sexta-feira, num gesto de solidariedade ao ex-ministro.
O Ministro interino dos Direitos Humanos é economista e professor. Doutora em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela chegou a dar aulas na instituição. Dweck também lecionou na Universidade Federal Fluminense (UFF) entre 2007 e 2009.
Dweck participou da autoria de dois livros, são eles: Economia para poucos: impactos sociais da austeridade e alternativas para o Brasil e Economia pós-pandemia: desmantelar os mitos da austeridade para construir um novo paradigma.
Integrante do quadro técnico do PT, Dweck trabalhou no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, onde foi chefe de assessoria econômica (2011-2014) e secretária de orçamento federal (2015-2016).
Após o fim dos governos petistas, foi assessora parlamentar do Senado. Em 2021, recebeu o prêmio Mulher Economista 2021, do Conselho Econômico Federal (Cofecon). Dweck foi anunciado ministro no governo Lula em dezembro de 2022, após participar da equipe de transição, montada após as eleições daquele ano. Na liderança de Gestão e Inovação, a principal medida foi a divulgação e realização do Concurso Nacional Unificado (CNU).
Lula decidiu demitir Silvio Almeida após entender que a permanência do ministro no governo era insustentável. A demissão ocorreu um dia depois de a ONG Me Too afirmar, em nota, que ele foi denunciado por assédio sexual por pessoas ligadas ao governo federal. A organização omitiu o nome dos denunciantes sob o argumento de que era necessário protegê-los, mas garantiu ter o consentimento das vítimas para expor o assunto.
Após o desfile do 7 de Setembro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, comentou a demissão de Silvio Almeida. “A parte política já passou, com a demissão. Agora, como todos, ele tem direito à ampla defesa e, depois, será feita justiça”, disse o ministro.
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