A África do Sul, na vanguarda dos esforços internacionais para classificar a guerra israelense em Gaza como genocídio, saudou o pedido desta segunda-feira (20/5) do promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI) para ordens de prisão contra os responsáveis israelenses e o Hamas.
“A África do Sul felicita a decisão do procurador do TPI, Karim Khan”, dizia uma declaração do gabinete do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa.
“A lei deve ser aplicada igualmente a todos para garantir que o direito internacional é respeitado, para garantir que os autores de crimes de ódio sejam responsabilizados pelas suas ações e para proteger os direitos das vítimas”, acrescentou.
O procurador do TPI, Karim Khan, anunciou hoje que solicitou ordens de detenção contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e três líderes do movimento islâmico palestiniano Hamas, por alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Depois de mais de 200 dias de guerra entre Israel e o Hamas, o procurador do tribunal com sede em Haia disse num comunicado que processou as ordens de detenção de Netanyahu e do seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, por “matar civis deliberadamente à fome”. , “homicídio doloso” e “extermínio e/ou assassinato” na Faixa de Gaza.
“Os crimes contra a humanidade mencionados […] fazem parte de um ataque generalizado e sistemático contra a população civil palestina, em conformidade com a política de uma organização. De acordo com as nossas conclusões, alguns destes crimes continuam a ser cometidos”, disse Khan.
O pedido afecta também Mohammed al Masri, mais conhecido como “al Deif”, chefe das brigadas Ezzedine al Qassam, o braço militar do Hamas, e Ismail Haniyeh, líder do gabinete político do movimento palestiniano que reside no Qatar.
“Afirmamos que os crimes contra a humanidade referidos nos pedidos fazem parte de um ataque generalizado e sistemático levado a cabo pelo Hamas e outros grupos armados em conformidade com a política da organização”, afirmou o procurador no comunicado.
O Hamas condenou a decisão e criticou “as tentativas do promotor do Tribunal Penal Internacional de equiparar a vítima ao carrasco, emitindo ordens de prisão contra vários líderes da resistência palestina”.
A África do Sul, um fervoroso defensor da causa palestiniana, apresentou vários recursos nos últimos meses perante o Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), o mais alto órgão judicial da ONU, também sediado em Haia, acusando em particular Israel de cometer “genocídio” em Gaza.
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