Alertar alguém sobre o mau hálito pode ser uma tarefa delicada e incômoda, mas é uma conversa necessária para o bem-estar e a saúde da pessoa afetada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a halitose, ou mau hálito, é um problema que atinge aproximadamente 30% da população brasileira, o que equivale a cerca de 50 milhões de pessoas. Estima-se também que cerca de 40% das pessoas sofram com o problema em algum momento da vida.
Especialistas apontam que abordar o tema com sensibilidade e empatia é fundamental e que existem estratégias eficazes para lidar com esta situação de forma construtiva e respeitosa. “Sugiro que quem vai avisar escolha o momento certo e fale com a pessoa em particular, longe de outras pessoas, para evitar constrangimentos desnecessários”, alerta o mestre e doutor em odontologia peri-implantar e diretor da Faculdade de Odontologia Aria , Alessandro Januário.
“Use uma abordagem direta, mas cuidadosa. Algo como: ‘Sei que isso pode ser constrangedor, mas como amigo, achei importante avisar que seu hálito não está muito bom hoje. Talvez você devesse consultar seu dentista para verificar esse problema. Mas tudo se resume a ter empatia e cuidado para evitar uma situação desagradável. Vale ressaltar que ir ao dentista deve ser um hábito rotineiro, dessa forma seu dentista poderá prevenir e orientar no combate ao mal”, complementa Alessandro.
Em relação às questões de saúde, Januário explica que embora a halitose possa ter diferentes causas, na maioria dos casos (cerca de 90%), o problema tem origem na boca. “Podemos destacar que as doenças periodontais, como a gengivite causada pela falta de higiene correta da boca e dos dentes, cáries e alterações nos padrões salivares estão entre os fatores que contribuem para a doença. Mas a halitose em 10% dos casos também pode ter causas sistêmicas como doenças renais, sinusites, problemas respiratórios e amigdalites frequentes”, relata o especialista.
Outro ponto que pode contribuir para o mau cheiro é o jejum prolongado e, segundo a especialista, a maioria das pessoas que tem mau hálito não percebe. “Existe um fenômeno conhecido como fadiga olfativa, que ocorre quando um indivíduo se acostuma com um determinado odor. Esse princípio se aplica a qualquer cheiro ao qual a pessoa esteja frequentemente exposta. odor, tornando-o praticamente imperceptível para si mesmo. Esse mecanismo explica por que muitas pessoas não percebem que têm mau hálito, apesar de ser evidente para quem está ao seu redor”, explica Alessandro.
Como prevenir a halitose
O mau hálito pode impactar negativamente na vida das pessoas, causando constrangimento e insegurança nas relações interpessoais, afetando a vida social e profissional. O especialista em odontologia peri-implantar ressalta que é importante ter cuidado com soluções que possam mascarar o problema. “O enxaguante bucal, assim como o chiclete, só disfarça a halitose e não resolve a situação. É fundamental consultar um dentista para identificar as causas do problema e tratá-lo de forma eficaz”, finaliza o dentista.
Para evitar o problema, é recomendado escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia durante dois minutos, usando uma escova de cerdas macias e creme dental com flúor. Outra dica é usar o fio dental diariamente para retirar restos de comida e placa bacteriana dos espaços entre os dentes, onde a escova não alcança, além de usar um raspador de língua ou o dorso da escova para retirar a saburra lingual.
Entre outros hábitos importantes, a dentista destaca beber água. “A água ajuda a manter a boca hidratada e estimula a produção de saliva. Evitar fumar e consumir álcool em excesso também é importante, fumar e beber álcool são prejudiciais à saúde bucal e podem causar mau hálito”, explica a dentista, destacando a importância de visitar regularmente um profissional para check-ups e limpezas bucais profissionais. pelo menos a cada seis meses.
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