A reunião do G20 Turismo, grupo formado por líderes das 20 maiores economias do mundo, terminou neste sábado (21). Na ocasião foi aprovada a “Declaração de Belém”, aprovada por unanimidade e que marca o fim da presidência brasileira do G20 Turismo. O documento estabelece entre as premissas para o desenvolvimento do turismo global garantir um maior papel na sustentabilidade; qualificação profissional e investimento em infraestrutura.
Os líderes propõem também uma abordagem colaborativa entre governos, o setor privado e as comunidades locais para impulsionar a atividade turística de uma forma responsável e resiliente, alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (ONU).
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Presidida pelo Ministro do Turismo do Brasil, Celso Sabino, a reunião deste sábado de autoridades do G20 contou com a presença de 44 delegações de vários países membros e representantes de organizações internacionais, além de convidados. O evento foi encerrado com um ciclo de reuniões técnicas que começou em fevereiro de 2024 e teve agendas em Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ).
“Fizemos um excelente trabalho, com muito esforço, capacidade técnica, cooperação e entregando não só ao G20, mas também ao mundo uma proposta de modelo de desenvolvimento económico aliado ao turismo, que trará mais oportunidades, mais cooperação , mais amizade e, principalmente, mais sustentabilidade”, pontuou o ministro Celso Sabino na abertura do encontro.
Para manter um planeta sustentável para as gerações futuras, o documento indica fortemente a necessidade de investimentos coletivos que visem a sustentabilidade do setor. “O mundo atravessa um processo de transformação climática e o turismo trará desenvolvimento económico, melhores perspectivas de vida, além de contribuir para a preservação do ambiente. O turismo garantirá um futuro melhor para as próximas gerações”, acrescentou Celso Sabino.
EIXOS PRIORITÁRIOS – O Grupo de Trabalho do Turismo do G20 definiu quatro eixos principais: sustentabilidade no turismo; gestão da informação; cooperação internacional e turismo como motor da economia.
As orientações incluem medidas em áreas críticas identificadas pelos membros do G20, com ênfase na necessidade de cooperação multilateral para enfrentar desafios como a recuperação pós-pandemia da Covid-19 e a adaptação às alterações climáticas.
Um dos destaques do encontro foi a apresentação do “Best Practices Dashboard”, plataforma criada com o objetivo de partilhar iniciativas de sucesso, reforçando a importância de ações conjuntas para promover o turismo sustentável. Desde a sua implementação, a ferramenta duplicou o número de estudos de caso, mostrando o impacto positivo da colaboração internacional.
TREINAMENTO – Outro ponto central da “Declaração de Belém” é o compromisso com a educação e a qualificação profissional no setor do turismo. O relatório apresentado identificou a formação contínua como um dos maiores desafios para garantir a excelência e adaptabilidade no setor.
A ONU Turismo, representada na reunião pelo secretário-geral da entidade, Zurab Pololikashvili, destacou o seu compromisso com programas de educação e atração de investimentos, procurando formar trabalhadores e impulsionar o turismo como vector de desenvolvimento socioeconómico.
Foram também apresentadas recomendações para o acesso a linhas de financiamento de instituições internacionais e bancos multilaterais, focadas em quatro áreas prioritárias: resiliência climática, desenvolvimento social, criação de novos produtos turísticos em comunidades locais e infraestruturas partilhadas. Estas ações procuram garantir que o turismo atinja todo o seu potencial, gerando crescimento económico e prosperidade partilhada.
O desafio do turismo no Brasil
Vale ressaltar que apesar das boas iniciativas globais, quando se trata do turismo acontecendo na ponta, essas diretrizes não atingem a força que deveriam. Em primeiro lugar, é importante avaliar que embora as iniciativas de sustentabilidade, formação, gestão da informação e cooperação internacional sejam muito importantes, o Brasil tem problemas estruturais que atrasam o desenvolvimento do setor.
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Embora sejam prioridades setoriais, enfrentamos diariamente sérios problemas nas rodovias brasileiras, na conectividade aérea, na educação básica, na segurança pública e até no saneamento básico. Obviamente, o turismo é uma excelente alternativa de desenvolvimento económico e social para grandes centros e pequenas comunidades, mas iniciativas mais elaboradas requerem investimento prévio no básico.
Agora é importante monitorar se os destinos brasileiros, dos setores público e privado, conseguirão implementar as demandas da “Declaração de Belém” com estratégia e eficácia, contribuindo não só para o desenvolvimento do setor, mas da população como um todo. todo.
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