Durante a Semana do Clima em Nova York, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) divulgou o relatório Amazon à beira do colapsocom detalhes sobre episódios de seca extrema que afetam comunidades indígenas na Amazônia. Segundo o estudo, 42 terras indígenas, 3 mil moradias e 15 povos indígenas, um deles isolado, sofrem graves consequências devido ao calor extremo, às queimadas e à falta de chuvas. Além disso, a seca também prejudicou o funcionamento de 110 escolas e 40 unidades de saúde nos territórios da Amazônia Legal.
O documento explica que, de agosto a setembro, o Mapa Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) indicou o surgimento de uma grande área de seca severa no Amazonas, além do aumento da seca fraca e moderada nos estados do Norte e Nordeste. Devido à falta de chuvas nessas regiões, áreas com diferentes estágios de seca passaram a abranger grande parte dos estados do Norte
Entre desmatamento, queimadas e seca, o relatório destaca que em todos os estados, exceto no Acre, haverá impactos de longo prazo, além de impactos de curto prazo. Para a Coiab, existe um fenômeno de derrubada e desmatamento, em que há um projeto de consolidação do arco de desmatamento no Brasil, onde os biomas mais afetados são a Amazônia e o Cerrado, em estados como Pará, Mato Grosso, Amazonas , Rondônia e Maranhão indicam maior vulnerabilidade.
“Por estarem localizadas nesse eixo de desmatamento nos estados, as terras indígenas desses estados estão mais suscetíveis a ameaças e pressões nos territórios relacionadas às práticas de desmatamento”, diz o relatório.
Além disso, o coordenador da Coiab, Toya Manchineri, destaca que o espaço da Semana do Clima em Nova York, que acontece entre os dias 22 e 29 de setembro, será fundamental para que os indígenas tenham acesso a investidores, parceiros e governantes.
“A Coiab pode chegar a novos lugares, e com isso ter acesso a recursos para ajudar nossas bases, principalmente quando se trata de mudanças climáticas, nossas aldeias precisam de apoio contra enchentes, incêndios, secas e proteção de seus territórios. O governo ainda demora a prestar assistência e a Coiab pode contribuir para essas estratégias climáticas. Somos nós que estamos nos territórios sofrendo impactos e crimes ambientais. São os nossos territórios que ajudam a travar as alterações climáticas. Portanto, demarcar terras indígenas é importante não só para os povos indígenas, mas também para a sociedade em geral”, afirmou o coordenador geral.
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