O Ministério Público do Rio Grande do Sul (RS) acusou Carla Carolina Abreu de Souza de homicídio doloso qualificado contra sua filha Kerollyn Souza Ferreira, de 9 anos, encontrada morta dentro de um contêiner de lixo em agosto. O corpo da menina foi encontrado por um catador de materiais recicláveis em Guaíba (RS), região metropolitana de Porto Alegre (RS). Segundo a perícia, não foram encontrados sinais aparentes de violência.
A denúncia foi recebida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS) nesta terça-feira (24/9) e a mulher deve ser julgada pelo Tribunal do Júri.
Segundo o promotor responsável pelo caso, Rafael de Lima Riccardi, a morte da criança decorreu de conduta direta da mãe, que teria dado remédio sedativo à menina na noite do caso.
“A morte de Kerollyn é consequência direta da conduta da mãe, que rotineiramente permitia que a filha perambulasse pelas ruas sem qualquer supervisão, inclusive na lixeira onde foi encontrada, somada ao fato de que, naquela mesma noite, ela administrou sedativos não prescritos medicação e de consequências imprevistas para a criança, que faleceu na lixeira em decorrência de asfixia mecânica mista, relacionadas à posição no recipiente, às baixas temperaturas e ao efeito do medicamento, segundo laudos periciais”, declarou.
Além das acusações no caso Kerollyn, a ré foi acusada de maus-tratos aos seus outros três filhos. O magistrado do MP pediu a prisão preventiva de Carla Carolina. A mulher foi presa, mas sua prisão foi substituída por monitoramento eletrônico. A acusação deve recorrer.
O coordenador do Centro de Apoio Operacional do Júri do MPRS, promotor Marcelo Tubino, declarou que os “réus não praticaram o mínimo de civilidade em relação a esta filha”. Ele destacou ainda que a morte da menina foi resultado de uma série de negligências por parte dos pais.
Em nota, a defesa de Carla Carolina Abreu Souza afirmou que “não demonstra surpresa com a denúncia”. Segundo os advogados, “as acusações contidas na acusação nada mais são do que uma manobra acusatória, para levar os acusados a júri popular, aproveitando a comoção social e a repercussão dada na esfera investigativa”. Leia a nota completa no final do artigo.
O pai da menina, Matheus Lacerda Ferreira, foi denunciado por abandono material e poderá ser julgado pelo Tribunal do Júri por crime relacionado. Morador de Santa Catarina, o homem teria deixado de dar sustento à filha e recusado tentativas de aproximação com a criança. Procurada, a defesa do pai apontou que ele discorda da responsabilidade do cliente pelo crime.
Segundo a nota, Matheus “sempre tentou de todas as formas ter acesso e fornecer tudo o que sua filha precisava, mas enfrentou muitas dificuldades de contato devido ao relacionamento tenso com a mãe da criança”.
Nota de defesa integral de Carla Carolina Abreu, mãe de Kerollyn Souza Ferreira
A defesa de Carla Carolina Abreu Souza não se surpreende com a denúncia apresentada pelo Ministério Público. As acusações contidas na acusação nada mais são do que uma manobra acusatória, para levar os acusados a júri popular, aproveitando a comoção social e a repercussão dada na esfera investigativa. Concluída a investigação, descobriu-se que não havia provas suficientes para indiciar Carla pela morte de Kerollyn. E nada mudou desde a acusação. A defesa acredita na inocência de Carla, e continuará realizando seu trabalho de forma ética e transparente, com a certeza de que demonstrará que esta acusação é uma das maiores injustiças do sistema investigativo gaúcho.
Confira a nota completa de Matheus Lacerda Ferreira, pai de Kerollyn Souza Ferreira
A defesa de Matheus Lacerda Ferreira recebeu, hoje, a denúncia feita pelo Ministério Público em relação ao crime de abandono material. A defesa discorda da possível responsabilidade de Matheus, que sempre tentou de todas as formas ter acesso e fornecer tudo o que sua filha precisava, mas enfrentou muitas dificuldades de contato devido ao relacionamento tenso com a mãe da criança.
Além disso, a defesa ressalta que não só o pai e a mãe devem ser investigados e acusados. É importante destacar que os órgãos de proteção à criança e ao adolescente não foram responsabilizados em nenhum momento, embora tenham sido frequentemente acionados. Esta situação é ainda mais preocupante, especialmente considerando que estiveram envolvidos conselheiros que podem ter vínculos pessoais com a parte envolvida, o que pode ter influenciado a condução do caso.
Houve clara falha desses órgãos, cuja omissão, no entendimento da defesa, supera em muito as falhas atribuídas a Matheus. A defesa reitera a necessidade de uma investigação mais ampla que englobe a atuação de todos os envolvidos, inclusive dos órgãos de proteção.
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