Mudanças climáticas – um cenário preocupante

O Pará já é, por natureza e localização, um estado onde predominam as altas temperaturas durante grande parte do ano, apesar da elevada umidade característica do clima Equatorial. Mesmo os elevados níveis de precipitação, característicos da região, falharam este ano, de facto, a seca prejudicou a pecuária e as culturas.

Tenho notado que toda vez que estou em campo com alguma atividade externa no estado do Pará as temperaturas estão cada vez mais altas. Estamos em um país tropical, mas para um bom mineiro o sol escaldante não é nada agradável. Durante esses dias de campo, no sudoeste do estado, na região de Carajás, caminhar na natureza, sob um sol insuportável, me fez entender a sensação de efeito estufa!

Entre uma atividade e outra, observando as pastagens, era comovente ver que o gado, sempre em grande número, lutava desesperadamente pela sombra das pequenas árvores, procurando uma pausa do castigo do sol intenso.

E depois, é inevitável comparar o facto de nos últimos anos termos tido efectivamente um aumento notável das temperaturas. Por mais que os irmãos “Lá e El Niño” insistem em nos mostrar que já existem há décadas, não dá mais para disfarçar, que o aumento das temperaturas está relacionado ao comportamento humano, às emissões de gases na atmosfera, principalmente CO².

Mudanças climáticas

Esse é um assunto muito técnico e vasto, pois exige muita pesquisa e até muita sensibilidade para entender os malefícios que, juntos, estamos causando ao nosso planeta. Sim, estamos provocando, dia após dia, ano após ano, as mudanças climáticas, que são as mudanças no comportamento do clima ao longo dos anos na Terra, o planeta em que vivemos.

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Vale lembrar que apresento esta definição de mudança climática de uma forma muito superficial e despretensiosa. Em qualquer caso, são estas mudanças que afetam, mais ou menos, a temperatura média da Terra.

Precisamos falar ainda mais sobre isso, é preciso popularizar esse tema e, na medida do possível, trazer clareza a esse problema, de forma mais fácil para que toda a população, independente do seu nível de conhecimento, formação acadêmica, ou acesso à informação, consegue compreender a gravidade do problema e principalmente colaborar com ações para transformar este cenário alarmante.

É claro que este tema já é discutido e divulgado em todo o mundo, pois os impactos têm efeitos globais. Já existem iniciativas competentes, na esperança de reagir a todos os danos que causamos ao clima mundial.

Responsabilidade do ser humano

A vergonha é que o ser humano, talvez a máquina mais perfeita que existe na face da terra, muitas vezes nasce danificado, com a mente muito danificada e com o espírito desprovido de inteligência e sensibilidade. Deus me perdoe, mas vi com meus próprios olhos o Brasil sofrendo com incêndios de norte a sul!

Este ano, a situação ultrapassou todos os limites. Se contribuirmos para o aquecimento global, não nos surpreenderemos se as alterações climáticas começarem a incomodar-nos!

Da mesma forma, quando percebemos que estamos adoecendo. O aumento das doenças respiratórias é perceptível! Quando se trata de atear fogo às florestas, as pessoas não pensam que as alterações climáticas constituam uma ameaça à saúde no mundo.

O ar que respiramos está muito pior e precisamos reagir!

Esta semana vi na grande imprensa que cerca de 1 bilhão de reais em créditos de carbono estão para ser vendidos na região amazônica.

Compensação de carbono

Os chamados créditos de carbono representam uma forma inteligente que o primeiro e o segundo sectores económicos encontraram para compensar um pouco o volume de emissões de dióxido de carbono, o grande vilão do aquecimento global.

Ainda não entendo bem como isso funciona, mas é claro que a preservação das florestas, o incentivo ao reflorestamento, entre outras iniciativas, corroboram os bons resultados de todo esse movimento.

Imagine pensar que a absorção de CO² pelas árvores um dia seria monetizada! É difícil compreender a lógica das quantidades necessárias para encontrar a correspondência entre o volume de árvores necessário para cada tonelada de compensação de CO².

Segundo informações publicadas nas páginas mais especializadas, como as árvores absorvem dióxido de carbono, preservando mesmo uma pequena quantidade de árvores, com copas e troncos robustos, podemos compensar até uma tonelada de CO² e isso pode ser vendido internacionalmente! Virou moeda!

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Sugiro que você comece a pesquisar mais e aprender mais sobre o chamado “mercado de carbono” e sobre formas e iniciativas inteligentes para contribuir para a recuperação gradativa da qualidade do ar que respiramos.

O mercado de carbono

O Mercado de Carbono parece ser regulado pelas autoridades públicas, que percebem a gravidade do problema e impõem uma condição, uma obrigação aos grandes emissores, para controlarem as suas emissões. Por outro lado, o Mercado de Carbono muitas vezes acontece através do voluntariado de pessoas e empresas que entendem o seu dever de compensar as suas emissões.

O Crédito de Carbono é uma representação certificada do volume de emissões que deixaram de ocorrer. Se não me engano, os cálculos de compensação são feitos com base em uma tonelada de CO², que deixou de ser lançada na atmosfera.

Como falei antes, não é tão simples entendermos tudo isso, mas é inevitável que tenhamos atenção e disposição para participar desse processo.

Portanto, as grandes empresas, com destaque para as mais poluentes, são incentivadas e até obrigadas a pensar em formas de contribuir com o mercado de carbono. O reflorestamento de áreas, por exemplo, é uma forma eficaz de compensar, absorver ou reduzir o CO² da atmosfera. Quanto mais resultados, maior será o volume de créditos atribuídos ao patrocinador da iniciativa.

Quem decide volumes e valores são órgãos especializados que avaliam tudo utilizando metodologias capazes de certificar que realmente existiu o efeito positivo na atmosfera.

A parte bonita e financeira do tema é muito interessante, pois os créditos de carbono são ganhos para serem vendidos, mas por enquanto, confesso que não consigo estabelecer uma lógica que contribua para a sua compreensão desse movimento, então prefiro deixar essa questão, para outra oportunidade.

Vamos lutar contra o avanço das mudanças climáticas

À medida que avançamos para o final da reflexão de hoje, reforço que todos somos capazes de participar na luta para travar o avanço das alterações climáticas. Precisamos pensar e agir para reduzir as emissões de gases na atmosfera.

Vamos pensar juntos em como podemos unir forças em nossos ambientes, em nossas famílias, em nossas comunidades para promover práticas sustentáveis, alinhadas aos preceitos do comportamento ESG e, porque não, aos objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pela ONU. Os famosos ODS.

Todos nós, se não fizermos isso, certamente veremos pessoas próximas engajadas no esforço de reflorestamento, até mesmo em suas propriedades privadas, veremos vizinhos, prefeituras e organizações investindo em energia limpa como a energia solar por exemplo , conheceremos programas escolares que incentivam a redução do consumo em geral, principalmente do consumo de energia e claro, a redução da produção dos nossos resíduos diários, e quando produzimos, passamos a tratá-los em nossas casas, com coleta seletiva, facilitando a vida de quem vai buscá-lo em nossa porta.

Meus queridos amigos, já vivi muito, mas o resto da minha vida a que ainda tenho direito, quero vivê-la deixando minha marca de cidadão sustentável, com comportamento ético, sensível e que contribui para a qualidade de vida na terra e que cuida da sustentabilidade deste planeta.

Até a próxima e convido você a refletir sobre qual será sua contribuição.

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