Setembro é o pior mês em registros de incêndios nos últimos 14 anos, chegando a 82.191 até domingo (29/9), segundo dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (PQueimadas – Inpe). Isso representa um aumento de 30% em relação à média histórica do mês.
O nono mês do ano fica atrás apenas dos respetivos meses de 2004 (121,3 mil), 2005 (102,4 mil), 2007 (141,2 mil) e 2010 (109 030). No entanto, os dados do PQueimadas indicam que, quando somados os registos dos últimos três meses do ano, 2024 terá o maior número de incêndios desde 2010, quando foram registados mais de 319,3 mil incêndios.
Regiões com os piores aumentos no ano
Ao longo de 2024, de todas as regiões, o Centro-Oeste foi a que registrou o maior aumento. No período de 1º de janeiro a 29 de setembro, o número de focos de incêndio registrados pelo Inpe aumentou 243% de 2023 (18,5 mil) para 2024 (63,8 mil). O estado da região (e do país) que teve o maior número de focos de incêndio neste ano foi Mato Grosso, com 45,7 mil registros, responsável por 71,7% de todo o Centro-Oeste e com aumento de 219% em relação ao ano passado (14,3 mil).
O Sudeste ficou logo atrás, com 19,7 mil registros de surtos, um aumento de 197% em relação ao mesmo período de janeiro a setembro de 2023 (6,6 mil). São Paulo foi o estado que teve o maior número de incêndios, com 7,8 mil registrados até o dia 29 deste mês, o que corresponde a 39,8% do total. O estado da região com maior número de registros de incêndios ao longo do ano foi Minas Gerais, com 10,1 mil focos de incêndio, o equivalente a 51,7% do total.
Biomas com os piores aumentos no ano
Com as queimadas, os biomas são os que mais sofrem. O Pantanal teve o pior aumento de surtos, 1.431% em relação ao período de 1º de janeiro a 29 de setembro de 2023 (773). Este ano o bioma registrou 11,8 mil focos de incêndio.
Logo atrás está a Mata Atlântica, com 18,3 mil incêndios registrados em 2024, o que representa um aumento de 125% em relação ao mesmo período analisado em 2023 (8,1 mil). O percentual de aumento fica atrás apenas dos períodos 1998 (3,1 mil) a 1999 (8.064), com aumento de 157%, e 2001 (3,9 mil) a 2002 (16,7 mil), aumento de 326%.
*Estagiária sob supervisão de Jaqueline Fonseca
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