Com a proximidade de eleições municipaismuitos motoristas ficam tentados a autocolar seus veículos ou usar carros de som para apoiar candidatos. Porém, o que muitos não sabem é que esta prática pode trazer consequências para a cobertura do seguro automóvel.
A maior parte dos seguros pessoais não cobre a utilização de veículos para fins comerciais ou publicitários, e o simples facto de autocolar o automóvel pode levar as seguradoras a reclassificá-lo, alterando as condições da apólice.
A utilização de veículos para propaganda política, como adesivos e som, pode transformar o automóvel em um ativo comercial aos olhos das seguradoras. Isso acontece porque o uso comercial de um bem altera o nível de risco envolvido.
Como explicou o jornalista Wandick Donett em matéria para o UOLos veículos utilizados para publicidade podem ser classificados de forma diferente na apólice. Isso significa que o proprietário poderá enfrentar aumento nos prêmios do seguro ou, em casos mais graves, ter sua cobertura cancelada em caso de sinistro.
Segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão regulador da atividade das seguradoras no Brasil, os proprietários de veículos devem estar cientes de que qualquer alteração no uso do automóvel, que agrave o risco original calculado pela seguradora, deve ser comunicada imediatamente .
Caso o segurado não informe essa alteração, corre o risco de perder o direito à indenização em caso de sinistro.
O cálculo do prémio de seguro é baseado numa análise de risco. Utilizar o carro como meio de propaganda, como colocar adesivos políticos ou transformá-lo em carro de som, aumenta o risco porque o veículo fica mais exposto, circulando em áreas e situações que podem representar mais perigo.
Conforme informado pela Susep, a omissão dessas informações pode resultar na perda da cobertura em caso de sinistro.
Portanto, é fundamental que os proprietários que pretendam utilizar seus veículos para propaganda eleitoral informem suas seguradoras. Isto garantirá uma reavaliação adequada do risco e evitará surpresas desagradáveis, como a recusa de pagamento em caso de acidente.
Além dos impactos nos seguros, é importante que os motoristas também conheçam as regras de utilização dos veículos em campanhas políticas.
De acordo com a resolução nº 23.610 do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, é permitida a circulação de carros de som e mini trios em carreatas, caminhadas ou comícios, desde que o som não ultrapasse 80 decibéis a uma distância de 7 metros.
Quanto aos adesivos, o proprietário pode aplicar até 0,5 m2 de adesivo plástico em automóveis e outros veículos. Nos para-brisas traseiros, adesivos microperfurados podem cobrir todo o comprimento. O não respeito dessas regras pode, além de complicar a apólice de seguro, gerar multas e problemas jurídicos.
- Informe a seguradora: Sempre que houver alguma alteração no uso do veículo, como adesivos para fins políticos ou uso em campanhas, informe imediatamente a sua seguradora. Isso permite que o risco seja recalculado, evitando surpresas.
- Consulte seu corretor de seguros: Antes de autocolar seu carro ou utilizá-lo em campanhas eleitorais, converse com seu corretor. Cada seguradora tem suas próprias apólices e um corretor poderá explicar exatamente quais alterações são permitidas na apólice.
- Confira o tipo de cobertura: Certifique-se de que a apólice cobre o uso comercial ou publicitário do veículo, se aplicável. Algumas seguradoras podem oferecer apólices específicas para veículos utilizados em campanhas.
- Preste atenção às regras eleitorais: Cumprir a legislação eleitoral é muito importante. O não cumprimento das regras pode gerar complicações jurídicas e, em alguns casos, pode até interferir na cobertura do seguro em caso de acidente durante atividades ilegais.
- Seja transparente com a seguradora: Não omitir informações sobre o uso do veículo é fundamental. A transparência ajuda a evitar que sua política seja invalidada no futuro.
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