O terceiro trimestre chegou ao fim para as operações no mercado financeiro, com o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) apresentando novamente melhor desempenho em relação às demais aplicações. Nesse período, a bolsa registrou alta de 6,38% e foi considerada a terceira aplicação com maior rentabilidade do período, mesmo tendo perdido 0,69% no fechamento desta segunda-feira (30/9). O Ibovespa fechou o terceiro trimestre de 2024 aos 131.816 pontos.
Acima do mercado acionário, apenas o ouro e o Índice de Dividendos (IDIV) tiveram maiores retornos no período, entre as aplicações de mercado. O metal valorizou 13,22%, enquanto o IDIV subiu 7,93%. Apenas dois fecharam o trimestre no vermelho: o dólar Ptax, que caiu 1,99%, e o Índice de Fundos Imobiliários (IFIX), com queda de 1,24%. Os dados foram coletados pela Elos Ayta Consultoria.
No início do trimestre, o mercado acionário brasileiro ainda apresentava quedas sucessivas, em linha com a desvalorização do real, que atingiu R$ 5,75 no início de agosto. Na avaliação do sócio da Cash Wise Investimentos, Victor Souza, os investimentos foram impactados pelo sentimento de incerteza quanto ao cumprimento da meta fiscal, que foi amenizado ao longo dos últimos três meses, após o governo sinalizar que estaria comprometido em cumprir com o que foi definido pelo quadro, aprovado no ano passado.
“Junto com isso, os dados da inflação americana saíram bem, para mostrar que os juros iam cair lá, então essa consolidação nos últimos três meses, com a bolsa subindo, é uma resposta aos juros americanos, principalmente, e de junho a julho, sinal de que o governo tentaria atingir a meta fiscal”, avalia o especialista.
Apesar do período de recuperação, o analista acredita que as tendências não são positivas para o Ibovespa, devido ao novo aumento da taxa de juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). “Quais são as perspectivas para os próximos três meses e para o final do ano? Tudo depende dos sinais de inflação aqui no Brasil e dos sinais do Banco Central dos Estados Unidos, dependendo da velocidade com que os juros caem”, destaca.
“Se a inflação aqui no Brasil se mostrar controlada e o Banco Central não precisar mais aumentar tanto os juros, nossa bolsa tende a subir, assim como a inflação mais controlada nos Estados Unidos, com essa queda de meio ano ponto percentual. Se essa queda tender a continuar, o mercado acionário também terá tendência de alta”, acrescenta o analista.
Enquanto o Ibovespa subiu, o dólar acumulou queda no último trimestre, quando desvalorizou 2,53% no período. Nesta segunda-feira, a moeda norte-americana subiu 0,19%, sendo negociada a R$ 5,44. Para Guilherme Gomes, especialista em economia da BMJ Consultores Associados, com a queda dos juros nos EUA e o aumento da taxa Selic no Brasil, pode haver uma entrada maior de dólares no país, reduzindo o valor do câmbio.
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