O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou nesta quinta-feira (3/10), durante evento de lançamento do ClimateScanner, que a instituição implementou uma estrutura de resposta a desastres climáticos. O projeto, que visa avaliar de forma padronizada as ações governamentais no combate à crise climática, faz parte de um esforço maior do banco para se adaptar aos desafios impostos pelas mudanças ambientais.
“Estamos diante de uma catástrofe climática”, afirmou Mercadante, destacando a urgência de políticas públicas eficazes para enfrentar o cenário atual. A criação desta estrutura de resposta a emergências, segundo ele, é uma medida necessária para fazer face à intensificação de fenómenos como cheias, secas e incêndios, que têm causado danos ao país.
Mercadante também destacou exemplos do trabalho do BNDES no apoio às regiões mais afetadas pelos desastres recentes. No Rio Grande do Sul, estado que sofreu com enchentes, ele lembrou que o banco destinou cerca de US$ 5 bilhões em operações de crédito, como parte de um total de US$ 15 bilhões disponibilizados pelo governo federal para ajudar na recuperação do área. . “A transição energética é cara e não será feita sem políticas públicas”, alertou o presidente do BNDES sobre o subfinanciamento global das ações climáticas.
No caso da seca e das queimadas que atingem o norte do país, Mercadante destacou que já foram aprovados R$ 405 milhões para a região, sendo os recursos provenientes do Fundo Amazônia. Esses valores serão destinados à aquisição de equipamentos de combate a incêndios pelos governos dos estados que compõem a Amazônia Legal, além de financiar ações de prevenção, monitoramento e fiscalização. Ele ressaltou que o financiamento climático precisa ser uma prioridade, especialmente para os países do Sul Global, que, segundo ele, enfrentam maiores dificuldades na captação de recursos para enfrentar a crise.
“O problema do financiamento é muito importante. O Sul Global precisa de atenção, especialmente os países mais pequenos”, reforçou.
O representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, Claudio Providas, também esteve presente no evento e complementou as palavras de Mercadante. Ele argumentou que o custo da recuperação após desastres naturais é muito maior do que o investimento em ações preventivas. “Acaba sendo muito mais caro quando há necessidade de mitigar os efeitos das tragédias climáticas”, disse. E destacou que os projetos que contribuem para evitar ou minimizar estes impactos são mais viáveis financeiramente e trazem maiores benefícios económicos e sociais no longo prazo.
*Estagiário sob supervisão de Andreia Castro
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