O pernambucano Alex Patrício tem apenas 23 anos e vem conquistando espaço na teledramaturgia brasileira desde mais novo. Integrante do teatro do Sesc, o ator iniciou a carreira em 2014, com apresentações locais. No ano seguinte, a produtora de elenco, Marcella Bérgamo, o convidou para um teste para a série Justiçaem Recife. O papel foi assinado na primeira parte da obra criada por Manuela Dias e o ponto de partida foi dado na TV Globo, onde hoje faz parte do elenco fixo da novela. Em Rancho Fundodepois de ter trabalhado em Amor de mãeem 2020.
Antes de dar vida a Celso Batistão, funcionário do Grande Hotel São Petersburgo, logo após a novela de Dona Lurdes (Regina Casé), o ilustre filho de Jaboatão dos Guararapes foi convidado para fazer parte do filme Confissões de uma garota abandonadada Netflix, uma produção feita para um público bem mais jovem, levando-o para outro lugar como ator, dando-lhe a possibilidade de fazer algo mais humorístico. Em 2021, o pernambucano participou do filme Durma com os olhos abertosproduzido pela Cinemascope de Kleber Mendonça Filho — obra que estreou no Festival de Cinema Alemão e é candidata a Melhor Filme Estrangeiro no Festival de Cinema do Rio deste ano.
Entrevista | Alex Patrício
Como é para você, sendo pernambucano, estar em uma novela que retrata a cultura nordestina e repleta de atores regionais?
Para mim é um prazer, uma conquista pessoal poder representar a minha cultura. O intercâmbio com todos esses talentos nordestinos que fazem parte do No Rancho Fundo é um privilégio. Dar vida a todo esse cenário e levar essa representatividade para todo o Brasil é motivo de orgulho para todos nós presentes na obra.
Dar destaque aos artistas nordestinos é um movimento recente e importante…
Sempre foi muito comum ter atores e atrizes do sudeste do país representando esse papel, independente da região do país. Esse costume foi quebrado e, aos poucos, atores de todas as regiões foram trazidos para as obras. Afinal, temos atores e atrizes no mercado audiovisual muito bem qualificados para protagonizar qualquer obra, independente do rótulo do ator daqui ou dali. E nada melhor do que um personagem interpretado por um ator que tem seu lugar de fala. Estamos vendo essa evolução e vemos uma oportunidade de estar em lugares que antes pareciam muito mais distantes, mas que ainda há um caminho a percorrer.
Você vem de Justiça e Amor de Mãe, duas densas obras audiovisuais, que são uma marca forte do texto de Manuela Dias. Como foi entrar nesse clima mais leve e cômico do No Rancho Fundo?
Por se tratar de uma obra em tom de fábula, é de se esperar um tom leve na narrativa. Desde a primeira fase de preparação sempre levei o personagem para o lado lúdico, mas com cuidado para não virar algo com muito exagero e perder a dramaticidade da obra.
Como é conviver com figuras emblemáticas como Andrea Beltrão, Debora Bloch, Alexandre Nero e Du Moscovis, entre outros?
No meu primeiro trabalho sempre tive o privilégio de estar no palco com atores que são referências. Aos 15 anos, na Justiça, atuei ao lado de Adriana Esteves e Vladimir Brichta, entre outros. É um privilégio ter ao nosso lado nomes tão importantes da teledramaturgia brasileira. Poder trocar com Andréa, Débora, Nero e Du tem sido um enorme aprendizado. É uma honra estar com pessoas que são referência, como Nanego Lira, que para mim é um grande professor, e poder ouvir, aprender e colocar algumas dicas em prática é de extrema importância para o meu desenvolvimento profissional. Todos os grandes nomes com quem estive em cena sempre foram muito generosos. Eles são feras!
Qual é a coisa mais valiosa de Celso Bastião que você levará na vida?
Certamente, o foco e a importância que Celso Batistão tem com seu trabalho. É obcecado pelo Grande Hotel São Petersburgo, procurando sempre atender a todos no ambiente de trabalho com maestria e profissionalismo. Mesmo que você tenha um lado “rentável” e “ambicioso”, nada é mais importante do que o seu cargo e trabalho no hotel. Com certeza levarei isso comigo para o resto da vida!
Planos e projetos para depois da novela?
Claro que sim!!! Estou muito animado para voltar ao teatro, é uma meta traçada após o término das gravações. Tenho alguns projetos de streaming para serem lançados, como a série Delegarque ainda não tem lançamento previsto, mas é uma obra que aguardo ansiosamente sua estreia, pois me levou para um lugar muito distante da minha realidade, o que trouxe muita verdade ao meu trabalho e formação como ator. E eu realmente quero poder fazer filmes novamente, em breve.
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