Cristal, artista gaúcho, lançou seu primeiro disco, Epifania. Junto com o álbum, Cristal criou uma animação que acompanha o álbum. A gaúcha faz parte do programa Todas as estrelasda Converse, que divulga novos talentos e conversou com o Correio sobre sua carreira e inspirações no mundo musical.
A cantora iniciou sua carreira através da poesia, participando de bateconcursos de poesia falada, em Porto Alegre, desde os 15 anos. Para decorar os poemas, Cristal pensou em uma melodia por trás, para facilitar o processo, então a entrada na música foi muito natural. “Minha família sempre foi musical, mas sempre como hobby. Meu primo, MDN Beatz, já trabalhava com rap e quando me viu participando dos slams começou a me incentivar a ser artista. Hoje ele é meu produtor musical”, comenta a gaúcha.
Como inspiração para Epifania, Cristal reuniu referências diversas como o cantor Cassiano com seu álbum 18 quilatesSandra de Sá, Jorge Ben Jor e Tim Maia, que estiveram presentes na infância do cantor. “Eu já tinha olhos diferentes, não era mais um olhar de criança, nem de nostalgia, era um olhar de artista. Ouvi as vozes, vi aquelas capas e fotos antigas e pensei como deve ter sido legal ser artista naquela época. O álbum começou a partir de um fascínio por essa estética e de resgatar que o que eu faço vem dessas pessoas”, revela Cristal.
Cristal é uma mulher negra gaúcha e a questão racial gaúcha influencia muito em suas composições. Para ela, a cultura negra em Porto Alegre é hoje um espaço de muito orgulho, pois quando era mais jovem não imaginava que existia um movimento tão forte e atuante no estado. A família da cantora sempre celebrou a cultura negra, mas lá fora o mundo era muito diferente.
“Foi muito triste estar numa turma cheia de crianças brancas e vê-las trazendo crachás e fotos dos avós. Eu não tinha nada meu para trazer. Quando descobri os slams, descobri os movimentos negros da cidade e isso abriu minha mente porque pensei que não tinha história, pensei que não tinha outro lado dessa história”, comenta.
O artista está participando do programa Todas as estrelas pela Converse, que reúne jovens para potencializar talentos, e Cristal é uma das influenciadoras desta campanha. O projeto fez com que a gaúcha se mudasse para São Paulo. “Não é apenas um projeto de visibilidade ou de imagem, é um projeto que muda a carreira de alguns artistas. Fiquei feliz que uma marca que me identifico e que acompanho há muito tempo acredita no meu trabalho, ainda mais com a Epifania nesse universo dos anos 70 que tem tudo a ver com retrô e All Star”, destaca.
Para o futuro, Cristal quer focar nos shows de seu primeiro disco e promete combinar elementos de danças negras, para criar um efeito nostálgico no público. “Quero que quem viveu aquela época possa festejar e que os jovens, as pessoas da periferia, possam usufruir desta cultura, para que ela não seja esquecida. Quero que seja um grande baile, para poder viajar o país inteiro com esse disco”, comenta Cristal.
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