O voo da Força Aérea Brasileira (FAB) que irá repatriar brasileiros residentes no Líbano foi adiado para hoje por questões de segurança. A aeronave estava prevista para recolher, ontem, cidadãos que desejam deixar o país devido ao conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah — que se intensificou a partir de 23 de setembro. O motivo do adiamento são os intensos bombardeios sobre a capital libanesa, o que torna a operação de resgate insegura. Na noite de quinta-feira, as forças israelenses atacaram áreas próximas ao aeroporto Rafic Hariri, em Beirute.
As autoridades avaliam as condições da região para a realização da Operação Raízes do Cedro. Se a tentativa de hoje for bem-sucedida, os refugiados chegarão ao Brasil amanhã de manhã. Segundo comunicado da representação diplomática brasileira enviado aos passageiros do voo que sairá do Líbano, o adiamento foi necessário devido à escalada de bombardeios na região.
“Informamos que, por questões de segurança, o voo de repatriamento teve que ser adiado. Você será notificado oportunamente. Possivelmente sairá amanhã (hoje), dia 05/10”, diz a mensagem, enviada na madrugada de ontem, pelas autoridades envolvidas na missão de repatriação.
Cada decolagem do KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) exige negociação com as autoridades locais para determinar o horário e as rotas mais seguras. Nesta leva inicial, 220 pessoas serão trazidas ao Brasil, mas a diplomacia brasileira trabalha com um número maior de resgatados. A previsão é trazer cerca de 500 pessoas semanalmente.
O MRE contabiliza cerca de 3 mil pessoas que pretendem sair do Líbano, número de pessoas que contactaram a Embaixada em Beirute com pedido de repatriamento. Atualmente, a maior comunidade de brasileiros do Oriente Médio está naquele país — que soma 21 mil brasileiros.
O KC-30 permanece estacionado em Lisboa, aguardando ordem para seguir em direção ao Líbano. A aterragem, o embarque e a descolagem fora da zona de guerra terão de ser feitos numa “janela” de apenas quatro horas. Na lista de passageiros, 70% são mulheres e crianças, consideradas prioritárias no processo de repatriação.
A autorização para a operação foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, o Brasil repatriará nacionais do exterior “sempre que necessário” e lamentou o comportamento do governo israelense no ataque ao Líbano.
Ansiedade de esperar
A farmacêutica Sara Ali Melhem, 30 anos, aguarda repatriação para o Brasil. Grávida de uma menina e mãe de uma criança de três anos, ela está numa área perto de Beirute e esperava embarcar no primeiro voo de repatriação. Porém, mesmo fazendo parte do grupo prioritário, ela está na lista de espera para os próximos voos.
“Vim para o Líbano em 2020, quando casei com uma libanesa. Agora sinto medo e esperança ao mesmo tempo. Tenho medo de que algo aconteça antes de chegar a minha vez, principalmente por causa da gravidez. Tenho medo de não poder viajar”, disse Sara ao Correio.
O desejo de Sara é voltar ao Brasil, país onde nasceu, cresceu e estudou. “Quero voltar ao país onde está minha família. Quero que a minha filha cresça num lugar onde não haja guerra, onde ela possa viver uma vida normal, sem medo. Onde não acordo com barulho de bombas, desesperada”, disse ela.
Sara sublinha que a situação em Beirute tornou-se insustentável, com bombardeamentos diários. “Posso ver tudo, onde cada bomba cai, onde cada edifício é destruído. Ouço aviões israelenses passando”, relatou.
*Estagiário sob supervisão de Fabio Grecchi
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