A escalada dos conflitos no Médio Oriente, principalmente entre o Irão e Israel, começa a gerar preocupações relativamente ao aumento dos preços do petróleo e ao seu possível impacto na inflação. Na semana, o barril de petróleo WTI (West Texas Intermediate) subiu 9,0%, para US$ 74,38; enquanto o Brent, referência internacional, subiu 8,4%, para US$ 78,05. Este foi o maior aumento semanal em 18 meses, desde março de 2023.
Os contratos futuros para dezembro também subiram acentuadamente, quase 10%, já prevendo um possível aumento das tensões. Qualquer conflito envolvendo o Irão causa muita instabilidade no abastecimento mundial de petróleo. O país é o terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e uma interrupção no seu fornecimento poderia aumentar significativamente os preços dos combustíveis.
Para Welber Barral, sócio da consultoria de relações governamentais BMJ e ex-secretário de Comércio Exterior, os efeitos do conflito no Brasil, por enquanto, são limitados, mas devem ser monitorados com atenção. “Embora o Brasil tenha se tornado um relevante exportador de petróleo e isso seja importante para a balança comercial brasileira, a grande verdade é que a Petrobras tem um limite do que pode segurar para não repassar os preços internacionais. E quando é repassado, tem um impacto enorme na economia, no custo do transporte, na inflação, além de ter um efeito político muito negativo no governo”, comenta.
Comércio exterior
Sobre a balança comercial, Barral afirma que são mercados pequenos para a economia brasileira. “Agora, dependendo do que acontecer, pode haver algumas dificuldades no comércio internacional, porque há toda a questão do abastecimento de combustível, do fluxo do comércio no Canal de Suez e do grande comércio que passa pelo Golfo Pérsico. Então vai depender muito de como o conflito vai se estender e dos efeitos no comércio internacional como um todo”, avalia.
“A situação ainda não é de pânico generalizado, mas qualquer escalada significativa poderá ter um impacto profundo nos preços do petróleo e nas cadeias de abastecimento globais”, afirma Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike. Segundo ele, a retaliação de Israel contra o Irã será um fator determinante, mas é importante ressaltar que os confrontos entre os dois países não são novos.
“O último ataque, por exemplo, não resultou numa escalada significativa. Surpreendentemente, os preços do barril são extremamente baixos, principalmente se comparados aos valores históricos, que geralmente ficam acima de US$ 100”, afirma.
Transferir
Para especialistas, ainda é cedo para a Petrobras reavaliar o repasse de preços da alta do petróleo, que impactaria os combustíveis no Brasil. Na análise de Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest, a política de preços da petroleira, que acompanha as variações internacionais, pode amenizar os efeitos no mercado interno, evitando uma alta repentina dos preços no Brasil. “Minha previsão é que, no curto prazo, a volatilidade continuará.
Se o conflito continuar restrito a Israel e ao Hamas, como sugerem muitos analistas, o impacto no petróleo será temporário e limitado”, pondera. Em maio de 2023, a estatal decretou o fim da política de paridade de preços internacionais (PPI) e anunciou uma nova estratégia comercial, que leva em conta o preço mínimo que a Petrobras considera vender e o preço máximo que o cliente está disposto a pagar .
Segundo Andrade, o cenário de uma escalada mais ampla, envolvendo países como Irã e Arábia Saudita, embora improvável, poderia levar o preço do barril para além de US$ 100, o que pressionaria as ações da Petrobras e teria impactos mais duradouros. no mercado interno. “Mas uma escalada mais grave do conflito, que provoque aumentos significativos nos preços do petróleo, ainda é um cenário menos provável”, afirma.
Outro impacto do conflito no bolso dos brasileiros pode vir da taxa de câmbio. “Essa volatilidade leva muitos investidores a migrarem para setores mais conservadores, buscando refúgio não só no dólar, mas também no ouro e nos investimentos tradicionais”, observa Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio. “Estamos, portanto, diante de um conflito com repercussões internacionais, que certamente causará impactos diretos no cotidiano, afetando tanto investidores quanto consumidores, não só no Brasil, mas em todo o mundo”, acrescenta.
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