Campinas (SP) — Presentes no dia a dia dos consumidores brasileiros, os supermercados buscam alternativas para se reinventar e incorporar tecnologias e funcionalidades para otimizar a experiência do cliente, além de aumentar os lucros e priorizar a sustentabilidade. Experiências baseadas em inteligência artificial lançadas no exterior, ou mesmo nacionalmente, passaram a fazer parte da rotina do varejo alimentar, que testa novas formas de fidelizar clientes na era do comércio eletrônico.
A partir das dificuldades causadas pelos tempos de espera nas filas dos supermercados, uma empresa focada em soluções de segurança para o retalho lançou, há dois anos, um sistema que permite aos clientes pagar os produtos sem filas, através de uma máquina instalada no supermercado. carrinho próprio, com cartões convencionais de crédito ou débito.
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Projetada com cinco câmeras com inteligência artificial, a solução foi desenvolvida para atender critérios de segurança, evitando possíveis fraudes e roubos ao longo de todo o processo. “É uma nova experiência de compra para o cliente, onde mães que não têm tempo para ficar com os filhos podem fazer uma compra com mais rapidez, sem precisar passar pelo caixa”, afirma o CEO da Nextop, Juliano Camargo.
O carrinho inteligente é uma das novidades anunciadas no Abras 24’ Food Retail Future, evento promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que reuniu mais de mil representantes do setor varejista alimentar e outros convidados nos dias 16 e 17 de setembro. em Campinas (SP). O encontro, que chegou à sua 58ª edição, teve como tema Melhorando a vida do consumidor.
Outro desafio inevitável para os supermercados, dadas as novas tendências relacionadas com o aumento das compras online, é a perda de clientes para o ambiente digital. Diante disso, os programas de fidelidade podem ser uma boa opção para manter o número de consumidores frequentes. Pensando nisso, o empresário Rodrigo Doria criou em 2016 uma startup que oferece um programa de pontos com sorteios semanais que busca solucionar três problemas: necessidade de faturamento, falta de troco nos caixas e ineficiências operacionais no varejo alimentar.
Presente em mais de 5 mil lojas e com 25 mil pontos de venda (PDV) habilitados, a Supertroco já conta com mais de 7 milhões de clientes únicos em todo o Brasil. Para o CEO da empresa, Rodrigo Dória, a falta de moeda no mercado é um problema antigo do varejo, que passa por um momento de transformação, com o crescimento das ferramentas de marketing e do e-commerce, digital, que gera, naturalmente , um desafio de posicionamento para o varejo.
“E vemos, em todos os eventos que participamos, que há muita experiência no varejo, então um grande diferencial entre o físico e o digital é que, nas lojas físicas, você tem uma experiência mais completa”, completa.
Avançar
O setor supermercadista no Brasil tem apresentado crescimento constante nos últimos anos. Em 2022, a receita total atingiu R$ 695,7 bilhões, representando 7,03% do PIB do país naquele ano. Além disso, o setor emprega direta e indiretamente cerca de 3,2 milhões de pessoas, com mais de 94,7 mil lojas em operação no Brasil, segundo dados da própria Abras.
Para o especialista e head de Varejo da BlueYonder — empresa especializada em transformação digital na cadeia de suprimentos — no Brasil, Marcelo Piccin, o consumidor quer ter uma experiência omnicanal, o que significa, segundo o termo em inglês, que esse público exige uma experiência mais presença estratégica da empresa nos canais de comunicação e vendas.
Na era digital, a jornada do cliente se tornou um ponto focal para indústrias e varejistas que buscam vantagem competitiva, sendo a personalização a chave do sucesso, na opinião de Eduardo Bonelli, diretor geral de Marketing e Vendas no Varejo da Ajinomoto — empresa japonesa que produz alimentos, óleos de cozinha e medicamentos — no Brasil.
Segundo Bonelli, algumas tendências relacionadas ao uso de IA começam a ser vistas com mais frequência nos supermercados, como chatbots que fornecem recomendações personalizadas, e tecnologias como machine learning, que podem ajudar varejistas a melhorar a experiência de seus clientes por meio de personalização, eficiência na cadeia de abastecimento e no comércio eletrónico, que tem registado um crescimento acelerado.
* O jornalista viajou a convite da Abras
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