Cerca de 34 milhões de brasileiros têm direito a voto em 5.570 municípios neste domingo (6/10).
Pesquisas eleitorais indicam que em muitos locais o cargo de prefeito será preenchido no 1º turno, mas ainda há grandes cidades e capitais onde a disputa pelo 2º turno é acirrada.
Veja abaixo algumas disputas mais imprevisíveis e de capitais onde o resultado poderá repercutir além das fronteiras municipais.
1. São Paulo (SP)
Maior colégio eleitoral do Brasil, com 9,3 milhões de eleitores, São Paulo (SP) chegou ao dia das eleições sem clareza sobre qual dos três candidatos mais votados iria para o segundo turno.
Os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) ficaram em empate técnico, com 29%, 26% e 26% das intenções de voto, respectivamente, segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado ( 5/10).
No entanto, a sondagem Atlas também divulgada no sábado mostra um cenário um pouco mais definido, com Boulos com 29,9% das intenções de voto seguido de Marçal, com 27,8% e Nunes com 18,6%.
A disputa ficou mais imprevisível após a ascensão do candidato da direita radical Pablo Marçal —que teve um dos momentos mais comentados do período eleitoral ao tomar uma cadeira de outro candidatoJosé Luiz Datena (PSDB), após provocá-lo durante debate. O episódio repercutiu na imprensa estrangeira.
Marçal cresceu na direita sem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O candidato de Bolsonaro seria Ricardo Nunes, mas sua campanha não aproveitou muito o ex-presidente, que nem realizou comício em São Paulo.
“Se Marçal passar pelo segundo turno, isso significa uma rebelião do campo da direita, que desde 2018 é monopolizado por Bolsonaro, ou seja, todos os quadros sempre dependeram de suas bênçãos”, afirma o cientista político Antônio Lavareda.
“O Marçal nem precisa vencer, basta ir para o segundo turno. Isso rompe com a hegemonia bolsonarista da direita e é um convite para outras rebeliões”, diz Lavareda.
2.Belo Horizonte (MG)
A disputa também é muito acirrada em Belo Horizonte (MG), onde dois candidatos de direita e um de centro-direita são favoritos para disputar o segundo turno.
Segundo a última pesquisa Datafolha, de sábado (5/10), o candidato Bruno Engler (PL) está empatado tecnicamente com 26%, o atual prefeito Fuad Noman (PSD) com 25% e o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), com 23%. .
Um dos dez maiores colégios eleitorais do país, com 1,9 milhão de eleitores, a cidade deverá ser um grande palanque eleitoral para presidenciáveis em 2026.
3. Fortaleza (CE)
Fortaleza é uma das cidades com disputas mais acirradas, com quatro candidatos —dois de direita e dois de esquerda— na briga para ir ao segundo turno.
Na frente estão Evandro Leitão (PT) e André Fernandes (PL), em empate técnico com 26% e 25% das intenções de voto, respectivamente, segundo pesquisa Real Time Big Data divulgada nesta quarta-feira (2/10).
Mas com margem de erro de 3 pontos percentuais, os candidatos Capitão Wagner (União Brasil) e José Sarto (PDT) não ficam de fora da disputa, com 19% e 16% das intenções de voto, respectivamente.
4.Manaus (AM)
Manaus também é uma das cidades com disputa do segundo turno indefinida.
Embora o atual prefeito David Almeida (Avante) esteja à frente, com 29% das intenções de voto, segundo pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira (3/10), o segundo lugar ainda é incerto, com Capitão Alberto Neto (PL) e Amom Mandel (Cidadania ) na corrida. Eles têm 22% e 20% das intenções de voto, respectivamente.
5. Rio de Janeiro (RJ)
No Rio de Janeiro, o atual prefeito Eduardo Paes (PSD) lidera a disputa com 61% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (5/10).
Principal aposta do bolsonarismo nesta eleição, Alexandre Ramagem (PL) não decolou nas pesquisas, embora a distância entre ele e Paes tenha diminuído ao longo da campanha.
Na semana passada, o candidato do PL teve uma agenda intensa de eventos com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que assumiu um papel de militante nesta eleição maior do que quando era presidente.
Porém, para o cientista político Antônio Lavareda, o desempenho de Ramagem nas pesquisas não é sinal de desaceleração do bolsonarismo.
“As eleições normalmente giram em torno do prefeito em exercício – prefeitos bem avaliados raramente perdem as eleições”, diz ele.
“A eleição no Rio é mais um sinal da boa avaliação de Paes do que uma fraqueza do bolsonarismo.”
6.Recife (PE)
No Recife, as pesquisas apontam para a vitória do atual prefeito João Campos (PSB), filho popular de Eduardo Campos e herdeiro de seu capital político.
Com um governo considerado excelente ou bom por 76% dos recifenses, segundo o instituto Datafolha, João Campos tem cerca de 80% das intenções de voto e, por isso, deve vencer no primeiro turno. Os números são da pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (5/10).
Seu percentual de intenção de voto nas pesquisas é o segundo maior entre as capitais, perdendo apenas para Doutor Furlan (MDB), em Macapá (AP).
Com o provável sucesso neste domingo (10/06), Campos está pronto para concorrer a governador em 2026, segundo o cientista político Túlio Velho Barreto, da Fundaj (Fundação Joaquim Nabuco).
Ele também se consolida como um dos líderes que podem renovar a esquerda no país, diz Lavareda.
“Seu sucesso eleitoral aliado ao sucesso nas redes sociais vai nacionalizar de uma vez por todas João Campos, vai consolidá-lo como um dos novos líderes da esquerda.”
7.Mapaá (AP)
Com o maior índice de intenção de voto entre as capitais do país, o atual prefeito de Macapá, Dr. Furlan (MDB), disputa a reeleição com grande vantagem sobre os demais candidatos —tanto que nem compareceu aos debates .
Segundo pesquisa do Gerp divulgada nesta terça-feira (1º/10), ele teve 81% das intenções de voto e deve vencer no primeiro turno.
8. Porto Alegre (RS)
Em Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo (MDB) teve 32% das intenções de voto nesta segunda-feira (30/9) —provável resultado da avaliação da resposta da prefeitura às enchentes na cidade em março deste ano, diz Lavareda.
Enquanto isso, o voto da esquerda está dividido entre a candidata do PT, Maria do Rosário, e Juliana Brizola (PDT), que têm 29% e 23% das intenções de voto respectivamente.
*com reportagem de Letícia Mori e Vitor Tavares
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