Emoção, expectativa e ansiedade marcaram a chegada do primeiro grupo de brasileiros, resgatados do Líbano. O avião KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por volta das 10h de ontem. No voo transportaram 229 passageiros, entre idosos, 10 crianças e 3 animais de estimação. Assim que a aeronave pousou, ela decolou novamente em direção a Beirute para buscar mais repatriados, que devem chegar na terça-feira (8), e levar suprimentos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, receberam os brasileiros no desembarque com abraços e palavras de carinho. A missão foi adiada anteriormente por falta de segurança. No grupo havia homens vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol, crianças com as bandeiras do Brasil e do Líbano. Muitos choraram, outros agradeceram aos céus.
Sem conter as lágrimas, Salim Calaun comemorou sua chegada ao Brasil. “Parece que saí do inferno e entrei no paraíso.” Ao perceber a emoção do grupo, Lula retribuiu. “Espero que vocês encontrem no Brasil a felicidade que lhes tirou com esse bombardeio. E que possamos reconstruir nossas vidas em paz aqui no Brasil”, afirmou o presidente. O Cônsul Geral do Líbano em São Paulo, Rudy El Azzi, reagiu: “Dizem que o Brasil é gigante por natureza. É gigante também pelo coração e pela hospitalidade”.
O Itamaraty estima que 21 mil brasileiros vivam no Líbano, dos quais 3 mil demonstraram interesse em deixar o país. A Operação Raízes do Cedro da FAB prevê realizar duas viagens semanais em direção a Beirute para resgates, trazendo 500 passageiros por missão. Uma equipe de médicos, enfermeiros e psicólogos acompanha a missão.
*Estagiário sob supervisão de Carlos Alexandre.
Apoio à saúde
O Brasil enviou 115kg de insumos, em caixas, sendo 20 mil seringas com agulhas e 4 mil agulhas únicas que pertencem aos estoques do Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde garantiu que não haverá danos à rede pública de saúde. O governo federal atendeu a um pedido da Embaixada do Líbano no Brasil. Este ano também houve doações de materiais hospitalares para Granada, Guiana, Honduras, Paraguai, São Vicente e Granadinas e Uruguai.
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