Com a derrota nas urnas, pela diferença de apenas 57 mil votos em relação a Guilherme Boulos (PSol) —em segundo lugar—, Pablo Marçal (PRTB) confirmou, nas eleições paulistas, sua popularidade e capacidade de ser um líder no campo da direita radical. Apesar disso, o número de casos, que, segundo advogado do ex-candidato, chegou a 220 até a tarde de ontem, indica um cenário ainda incerto para o futuro político e eleitoral do influenciador.
Marçal aproveitou o uso das redes sociais para impulsionar uma campanha que não teve tempo de rádio nem de TV e que contou com poucos recursos do Partido e das verbas eleitorais. A estratégia de utilização de cortes nas plataformas digitais o levou a recorrer ao uso de apelidos, agressões verbais e ataques pessoais contra seus adversários.
Terminadas as eleições, ele deverá enfrentar processos judiciais. O caso mais grave, que coloca em risco sua elegibilidade futura, na análise dos especialistas, é a publicação em suas redes de um boletim médico falso que indicava que Boulos havia sido hospitalizado devido a um surto causado pelo uso de cocaína. O laudo foi confirmado como falso por perícia da Polícia Técnico-Científica de São Paulo.
Além disso, Marçal ainda deveria ter prestado depoimento sobre o uso indevido de sua conta X, durante a proibição de acesso à rede no Brasil. O influenciador, porém, só compareceu à Polícia Federal (PF) na noite de ontem, quando terminou o prazo de 24 horas dado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, na intimação. Após a votação, o ex-candidato afirmou que a decisão do juiz foi “completamente desproporcional” e acrescentou que não recebeu notificação do ministro do STF.
“Até agora não recebi. Quem me intimou foi a imprensa. Nenhuma intimação chegou a nenhum dos meus advogados ou a mim, até agora. O que o Alexandre (de Moraes) disse, apesar de eu não ter sido intimado pessoalmente, foi uma pessoa de Portugal que posta. O que eu ganharia enfrentando o STF Zero que não postei no X, o que, para mim, não tem relevância”, explicou.
TSE e imprensa
Sobre o futuro do ex-candidato, o cientista político e professor do curso de Relações Internacionais da ESPM, Fábio Andrade, diz que é preciso entender qual era o seu objetivo com a candidatura. “A entrada de novos atores políticos é desejável, mas a forma como ele fez essa entrada quebra todo e qualquer protocolo mínimo em relação à política. Ele pode ter futuro na política ou continuar na internet, vendendo cursos e até novos produtos voltados para a política”, ele avalia.
Para Andrade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a imprensa tiveram um papel que acabou beneficiando Marçal. “Eles precisarão repensar muito a forma como agem quando lidam com políticos de extrema direita. As leis que existem e a postura da imprensa não são as mais adequadas para enfrentar candidatos tipicamente antissistema. as instituições farão. Não fazer nada não é uma possibilidade”, acrescenta.
Para o cientista político e professor da ESPM Paulo Ramirez, Marçal deixou um legado perverso para as campanhas eleitorais, seja pelo tipo de estratégia ou pela linguagem utilizada nos debates e nas redes sociais. “Foi uma das campanhas mais pobres da história aqui em São Paulo. Mesmo derrotado, saiu vitorioso do ponto de vista da projeção de imagem. , certamente, muitos milhões de reais”, avalia.
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