Hoje, o Senado Federal avalia o nome do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para assumir a presidência da agência a partir de 2025. Esta será a primeira troca de comando no BC na era de autonomia operacional da instituição BC, decretada em 2021. Os parlamentares farão perguntas ao economista sobre assuntos pertinentes à sua possível gestão à frente do município.
A partir das 10h, Galípolo será interrogado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. No final da tarde, a indicação deverá ser votada pelo plenário da Câmara. Esta será a segunda passagem do economista pelo escrutínio dos senadores. Em julho de 2023, foi entrevistado para assumir o cargo de diretor do BC.
Ontem à tarde, Galípolo se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio da Alvorada, residência oficial do Executivo. A reunião não foi incluída na agenda oficial.
A expectativa é que o interrogatório seja tão tranquilo quanto o primeiro. O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse ontem a jornalistas que a aprovação do Galípolo é tida como certa pelos membros da Fazenda.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não tem elogiado a indicação de Lula para chefiar o BC. “Quero destacar o nosso reconhecimento à boa qualidade do indicado, que conviveu conosco aqui, inclusive em discussões relevantes como a reforma tributária. E, naturalmente, durante esse tempo, Gabriel Galípolo terá a oportunidade de estar com todos os senadores apresentar o que pensa sobre política monetária, o que pensa para o Banco Central do Brasil”, disse, na última sessão presencial do Senado, antes das eleições municipais.
Caso seu nome seja aprovado pelos senadores, o economista substituirá Roberto Campos Neto, que está no comando do BC desde 28 de fevereiro de 2019. Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o titular coletou críticas ao governo Lula, principalmente do patamar mais alto da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 10,75% ao ano.
A autonomia da autarquia, as perspectivas sobre a política económica, as taxas de juro e o regime de metas para a inflação são alguns dos temas que devem ser questionados pelos parlamentares. Segundo Fábio Andrade, economista e cientista político da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), historicamente essas audiências raramente resultam em rejeições. “No entanto, dada a atual polarização política, é possível que a sabatina seja mais rigorosa do que o habitual, mas mesmo assim Galípolo deverá ser confirmado e assumirá a presidência do Banco Central”, avaliou.
Nos últimos meses, o diretor de Política Monetária fez uma série de declarações públicas “preparando o terreno” para um ambiente de maior confiança do mercado nas decisões e independência da autoridade, como destacou Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos. “Se o mercado confiar que as decisões do Banco Central sejam tomadas com base em critérios técnicos e objetivos econômicos e não políticos, será ainda mais fácil para o presidente governar depois, com menos interferências, com menos ruído e menos atritos”, afirmou .
Para ser aprovado pelo CAE são necessários os votos da maioria dos membros do comitê. Depois, a indicação deverá ser analisada pelo plenário da Casa, votação que está prevista para ocorrer após a audiência na comissão. Para aprovação também será necessária maioria simples, com 41 votos a favor dos 81 senadores.
Iniciativa privada
Gabriel Muricca Galípolo, 42 anos, é graduado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e mestre em Economia Política pela mesma instituição. Atuou como professor em cursos de graduação, entre 2006 e 2012, na mesma universidade. Também ministrou o curso de MBA em PPPs (Parcerias Público-Privadas) e Concessões na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP).
Sua carreira no setor público começou em 2007, quando atuou como Assessor Econômico da Secretaria de Transportes Metropolitanos, na gestão do então prefeito José Serra (PSDB). Em 2008, foi diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do estado de São Paulo.
Entre 2017 e 2021, voltou ao setor privado para assumir a presidência do Banco Fator, com foco em parcerias público-privadas e programas de privatizações. Também foi pesquisador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), em 2022, e também atuou como assessor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), entre 2022 e 2023. Antes de ingressar no BC Economic Equipe política, Galípolo ocupou o cargo de secretário executivo do Ministério da Fazenda, no início da gestão Haddad.
A audiência será transmitida pela Agência Senado, pela televisão e pelo canal oficial da Câmara no YouTube. Os cidadãos que desejarem sugerir dúvidas podem entrar em contato com a Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou com o Portal e-Cidadania. As questões poderão ser lidas por senadores e debatedores do tema ao vivo.
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