Depois do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar na tarde desta terça-feira (10/08) o retorno da rede social X (antigo Twitter)alguns usuários brasileiros relataram já ter acessado novamente a plataforma.
Porém, muitos ainda estão sem acesso.
Isso porque o retorno tende a ser gradual nas próximas horas, à medida que as milhares de empresas que atuam no setor de internet recebem a ordem de desbloqueio por meio de comunicação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e fazem ajustes técnicos para liberar o acesso à rede social . .
Thiago Ayub, diretor de tecnologia da empresa Sage Networks, acredita que em até dois dias úteis a maioria das empresas terá concluído todo esse processo — com base em experiências anteriores.
Segundo o STF, a ordem de desbloqueio já foi expedida. A BBC News Brasil ainda não recebeu resposta da Anatel.
A agência reguladora, agindo como uma espécie de “agente da lei” ao repassar a ordem do STF, tem a obrigação de notificar as operadoras e prestadores em até 24 horas, segundo Ayub.
Estes destinatários não têm prazo oficial para cumprir a ordem, embora o especialista acredite que não demorará muito para o fazer.
“Como o assunto tem muita repercussão, podemos estimar que eles atuarão com diligência no lançamento pensando na satisfação do cliente”, ressalta.
“A cada hora que passa, mais empresas receberão a notificação e outras já terão concluído as atividades técnicas de desbloqueio. É importante agir com cautela, pois erros humanos neste processo podem gerar pequenos apagões em provedores e operadoras. verificações e avaliações variam de empresa para empresa e podem levar alguns dias para serem concluídas.”
Segundo Ayub, existem mais de 20 mil empresas no setor. Algumas são grandes operadoras conhecidas pelo nome, enquanto outras são empresas atacadistas pouco conhecidas dos internautas brasileiros e que vendem internet em “grandes quantidades para terceiros”.
A OX estava bloqueada no Brasil desde 30 de agosto, por determinação do STF devido a ordens judiciais descumpridas pela empresa do bilionário Elon Musk.
O processo de desbloqueio é, na prática, o oposto do bloqueio ocorrido no final de agosto.
Os endereços IP que foram bloqueados agora serão desbloqueados.
Esses endereços são códigos que permitem a comunicação entre diferentes laptops, computadores e celulares que utilizam a internet.
Ao acessar um site, porém, o usuário médio não utiliza esse código. Em vez disso, você insere um nome de domínio, como x.com, e ainda encontra o que deseja. O responsável por esta conversão é o chamado DNS (Domain Name System).
Em nota, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, comemorou o desbloqueio.
“A decisão de X de pagar as multas pendentes e se adequar à legislação brasileira é uma vitória para o país. Mostramos ao mundo que as leis devem ser respeitadas aqui, seja quem for. O Brasil é soberano”, escreveu Filho.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, pressão de investidores, acionistas e anunciantes associados do conglomerado de Musk provavelmente convenceram a empresa a recuar, cumprir ordens judiciais e pagar multas.
Alexandre de Moraes e Elon Musk brigavam – muitas vezes publicamente – desde abril. uma queda de braço que se opôs aos argumentos do combate à desinformação e à liberdade de expressão.
Moraes ordenou o bloqueio de contas no
Em abril, Musk escreveu em sua conta na rede social que Moraes seria um “ditador do Brasil” e que manteria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “na coleira”.
A decisão de Moraes desta terça-feira pede “absoluto cumprimento das decisões do Poder Judiciário, com respeito à soberania nacional”.
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