No último sábado de outubro (26/10) começa o Festival Clube do Choro, no qual artistas de diversos gêneros musicais se reúnem em apresentações comemorativas da música brasileira. A diversidade e a riqueza dos ritmos do país são destacadas em espetáculos ecléticos. Os ingressos estarão disponíveis a partir de 14 de outubro. A abertura dos shows fica por conta da cantora Laura Medeiros, revelação do The Voice Kids aos 10 anos.
O show do jovem artista é seguido pela apresentação Mestrinho em Trio, do sanfoneiro Mestrinho. O instrumentista é considerado o maior sanfoneiro do país e herdeiro de Dominguinhos. Ao pôr do sol, é a vez do pianista e compositor Francis Hime se apresentar ao lado da cantora Olivia Hime. Francis é parceiro de Chico Buarque no choro Meu caro amigo e outras composições de sucesso.
Na transição entre os shows vespertinos e noturnos, a Orquestra do Choro Popular assume a área externa do Espaço Cultural do Choro. A apresentação é gratuita e dirigida pelo maestro Fabiano Medeiros. Os shows noturnos começam com a saxofonista Daniela Spielmann, integrante do grupo Rabo de Lagartixa, e o regional Choro Livre. O primeiro dia do festival termina com a banda A Cor do Som, conhecida por marcar e revitalizar o gênero choro.
Coordenador do evento e da Escola, Henrique Neto homenageia o Clube do Choro pela notoriedade e qualidade dos artistas: “Apesar de ser o primeiro gênero urbano do Brasil, o choro é amplo em termos de ritmos. Queremos apresentar essas diferentes facetas com diferentes artistas.” Henrique destaca que o festival permite a coexistência de tradições e inovações, em que o choro se torna uma linguagem além do gênero musical.
O idealizador afirma que a participação de artistas locais valoriza o trabalho dos brasilienses, como é o caso da jovem Laura: “Outras crianças podem se sentir estimuladas pela música”. Henrique destaca ainda a participação do grupo A Cor do Som, precursor da renovação do choro nas décadas de 1970 e 1980. “Vai ser uma delícia!”, antecipa.
O momento do festival é um marco de reparação histórica na opinião de Henrique, quando as mulheres têm se tornado cada vez mais presentes na cena instrumental. “Temos que dar esse reconhecimento a eles. A Orquestra é inclusiva, equilibrada entre pessoas trans e homens e mulheres cisgêneros. Cada um dos integrantes traz suas respectivas experiências, o que cria uma sonoridade interessante”, afirma.
Henrique destaca que o Clube do Choro e a Escola Brasileira de Choro têm um viés social de democratização da cultura. Os preços são acessíveis para incentivar a arte e muitas atividades são gratuitas, como a apresentação da Orquestra. “Vai ser um show lindo com 30 pessoas no palco”, afirma. “O festival continuará por anos apresentando o que temos de melhor no país: a nossa cultura. Temos certeza que traremos muitas revelações locais e, futuramente, internacionais”.
A saxofonista Daniela Spielmann tem a honra de participar da primeira edição do Festival. Parceira do Clube do Choro há muitos anos, ela destaca que a associação desempenha um papel importante na promoção de atividades culturais e artísticas educativas, além de dar visibilidade a artistas iniciantes. “Festivais desse porte colocam a música instrumental em um patamar de importância compatível com o título de patrimônio cultural imortal que o choro conquistou”, destaca Daniela.
Acompanhada do grupo Choro Livre, Daniela defende que a colaboração será repleta de criatividade. A intersecção entre o choro e outros gêneros musicais influencia a saxofonista a mesclar diferentes ritmos em suas apresentações: “O choro nasce da fusão de vários gêneros urbanos. Acho rico misturar ideias, desde que se tenha respeito e conhecimento sobre as estruturas tradicionais e linguagens. Trabalhar com releituras, arranjos e mixagens me fascina, principalmente com a música nordestina”, argumenta.
O desafio da complexidade do choro atrai Daniela a explorar o gênero: “Choro é uma música que exige e desafia. Tem que ter a cabeça e os dedos tilintando para tocar”. Ela observa que algumas composições contemporâneas incorporam ritmos como groove, música latina e rock. “A renovação faz com que o gênero tenha possibilidades infinitas.”
Com apenas 10 anos, Laurinha Medeiros agradece a oportunidade de ter sido convidada para se apresentar ao lado de diversos artistas importantes. Inspirada em músicos como Djavan, Maria Bethânia, Milton Nascimento e Chico Buarque, Laura pretende destacar o samba para as novas gerações. “Que a minha participação no festival seja uma motivação para outras crianças seguirem os seus sonhos!”, exclama.
A pequena cantora afirma que aprendeu com a participação no The Voice Kids a não desistir caso fracasse e a continuar em busca de novas oportunidades: “Tenho orgulho de quem sou e do que estou conquistando”. Auxiliada pelos pais, Laura prepara um repertório de releituras de canções icônicas. “Quero cantar a música brasileira para mostrar ao mundo inteiro o quanto ela é linda e rica”, argumenta.
Festival do Clube do Choro
No dia 26 de outubro (sábado), das 16h às 22h30, no Espaço Cultural do Choro (Setor de Promoção Cultural – Eixo Monumental). Pré-venda de ingressos a partir de R$ 50 no dia 14/10 (segunda-feira), exclusivamente para assinantes do canal de anúncios. Venda ao público em geral a partir de 19/10 (sábado).
Confira a programação completa:
- 16h – 16h20: Laurinha Medeiros e grupo Choro Livre
- 16h30 – 17h30: Mestrinho e grupo Choro Livre
- 18h00 – 19h00: Francis Hime e Olivia Hime
- 19h15 – 20h: Orquestra Choro Popular (área externa do Espaço Cultural Choro)
- 20h – 21h: Daniela Spielmann e grupo Choro Livre
- 21h30 – 22h30: A cor do som
*Estagiário sob supervisão de Severino Francisco
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