Recentemente li um artigo sobre comportamento indesejável de turistas. O texto continha algumas orientações, desde as mais comuns, que podem parecer óbvias para a maioria das pessoas, como: não jogar lixo em local inapropriado, respeitar a cultura local, até orientações mais específicas sobre como solicitar permissão para tirar fotos de pessoas e particulares. propriedades, orientações sobre roupas, postura adequada em determinados espaços e assim por diante.
Em tempos em que os debates em torno do impacto do turismo nas comunidades, o impacto da atividade em questões globais como as alterações climáticas, a inclusão económica e a equidade de género são cada vez mais frequentes, o comportamento do turista, elo final da cadeia produtiva, é também um tema isso precisa estar na agenda. É evidente que a maior parte dos problemas são resolvidos, ou minimizados, com atividades didáticas e educativas. Desde orientações em sites oficiais, informações em postos de atendimento turístico, “dicas” recebidas em meios de hospedagem, em pontos de entrada como aeroportos, rodoviárias e estações de trem, orientações de agentes e operadoras de turismo, entre outros. Claro, sempre vale a pena considerar: “faria isso em casa?” Se a resposta for “não” provavelmente não deveria fazê-lo no destino turístico que está visitando.
Porém, para o texto de hoje, proponho que voltemos alguns “quadrados” neste quadro e reflitamos sobre a possibilidade de antecipar esse processo educativo ainda na infância.
Oportunidade de aprendizagem para “turistas”
Temos um grande número de destinos turísticos que procuram turistas que viajem em família, muitos deles com crianças. Entendo que para muitos pais e mães viajar também é um momento de descanso e exige preparação para que os “turistas” também possam se divertir e, muitas vezes, os modelos de resort e outros equipamentos que incluem serviços de recreação são uma opção fácil que simplifica muito a viagem . Porém, não nos esquecemos muitas vezes de aproveitar estes momentos, de sair da rotina, de visitar, para que os mais pequenos possam também conhecer diferentes culturas, modos de vida, paisagens, gastronomia, entre outros? Nada contra o modelo mencionado, mas não podemos incluir experiências que apresentem às crianças outras formas de vivenciar um destino?
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Sendo a atividade turística uma ferramenta de promoção da paz, tema comemorado pela ONU Turismo no dia 27 de setembro, quando se comemora o Dia Internacional do Turismo, é uma das formas de criar oportunidades de encontro entre diferentes pessoas. Pessoas com origens, culturas, modos de vida e visões de mundo diferentes, que, por um momento, se encontram. Seja realizando uma experiência local, prestando serviços em diferentes serviços, ou observando hábitos locais, a oportunidade de conhecer diferentes modos de vida, culturas, hábitos, espaços e territórios através da atividade turística é uma forma eficaz de criar empatia, respeito e demonstração que a paz pode de fato ser experimentada e valorizada nestes momentos. Então, estaremos aproveitando essas ocasiões para apresentar aos “turistas” de maneira especial as diferenças do mundo?
As crianças de hoje serão os adultos de amanhã
Costumo brincar que as crianças têm uma espécie de “olhar de descoberta”. Uma forma atenta de olhar o mundo que lhes permite abrir os olhos a diferentes estímulos, ter a curiosidade sempre aguçada e o coração e a mente abertos, o que os faz aprender e compreender melhor o que os rodeia.
Não será uma forma de educar para uma prática de turismo mais responsável do que temos hoje? E que, como consequência, teremos jovens e adultos melhores para a sociedade no futuro?
Criar oportunidades para as crianças é responsabilidade de todos
É claro que essa equação não é tão simples quanto parece, pois, para permitir que a maioria dos pais, mães e responsáveis viajem com segurança e tranquilidade com as crianças, é preciso que existam serviços voltados para esse público. Desde acomodações voltadas para famílias, atividades compatíveis com crianças, além de atividades recreativas tradicionais, possibilidades de adaptação de cardápios, orientações para primeiros socorros, entre outros.
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Mas, acima de tudo, é necessário que pais, mães e responsáveis também estejam dispostos, abertos e atentos a estas oportunidades. Isso também pode acontecer de forma gradual, primeiro conhecendo os espaços culturais e naturais da própria cidade, ampliando para possíveis visitas a familiares e amigos na cidade vizinha, chegando aos períodos de férias. Acredite, mais do que um aprendizado para eles, serão momentos únicos entre a família que criarão memórias únicas e fortalecerão vínculos.
A Semana do Dia das Crianças está chegando e, com ela, a possibilidade de uma pausa maior para pais, responsáveis e crianças, talvez, seja uma boa oportunidade para ter uma experiência como essa. Talvez uma trilha no parque? Uma visita ao museu? Um café da manhã diferente? Um piquenique? O fato é que, além de contribuir para a formação de seres humanos mais sensíveis, atentos, empáticos e solidários, ao proporcionar brilho nos olhos dos pequenos, esse mesmo brilho se reflete nos olhos de quem os acompanha! Aproveitar! Feliz, quase, Dia das Crianças!
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