O Procon-SP anunciou neste sábado, 12, que notificará a Enel para explicar os motivos da demora no restabelecimento do fornecimento de energia elétrica aos consumidores de diversos bairros de São Paulo e de outras cidades do Estado. O órgão informou ainda que monitora relatos de problemas em cidades do interior, atendidas por outras concessionárias, para também notificá-las.
Um forte temporal na noite desta sexta-feira, 11, com ventos de 107,6 km/h, causou caos na capital e em outras cidades do estado, derrubando pelo menos 200 árvores e deixando cerca de 2,1 milhões de imóveis na Grande São Paulo. Pelo menos sete mortes foram confirmadas. O abastecimento de água também foi afetado.
Cerca de 1,35 milhão de imóveis estavam sem energia às 18h40, no último balanço divulgado pela Enel, o que representa aproximadamente 17% dos usuários. A concessionária disse, em conferência de imprensa ao final da manhã, que ainda contabiliza os danos na rede.
Segundo ela, a equipe que trabalha para solucionar os problemas foi ampliada e técnicos do Ceará e do Rio de Janeiro estão a caminho de São Paulo para prestar atendimento. A Enel evitou estimar um prazo para a retomada total do fornecimento de energia na capital e na região metropolitana de São Paulo.
O Procon quer saber:
como o atendimento ao cliente está sendo prestado e como atender a qualquer aumento ocasional nas demandas dos consumidores;
quais eventos geraram as interrupções e as medidas adotadas para os reparos necessários à retomada da distribuição dentro do prazo regulatório;
qual a estrutura de pessoal pronto para atuar em emergências, considerando que eventos climáticos extremos já haviam sido avisados pelos serviços meteorológicos há poucos dias;
medidas estruturantes eventualmente adoptadas desde acontecimentos semelhantes no último ano;
e quais instrumentos ou serviços de informação meteorológica a empresa dispõe para orientar sua resiliência em situações como essas.
Como o Estadão Como mostrou, moradores e comerciantes acumularam prejuízos e buscam alternativas para enfrentar o caos causado pela queda de árvores, falhas nos semáforos e interrupção de outros serviços.
Além do Procon, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) convocou a Enel para apresentar justificativas e proposta de adequação imediata do serviço. A Aneel afirmou em nota à reportagem que os diretores da instituição analisarão a proposta da empresa. Caso a Enel “não apresente uma solução satisfatória e imediata para a prestação do serviço”, a agência iniciará “um processo de recomendação de caducidade da concessão junto ao MME (Ministério de Minas e Energia)”.
Em nota enviada ao relatório após a publicação, a Enel afirmou que “está comprometida em ir além dos indicadores estabelecidos e continua com um plano estruturado para seguir a trajetória de melhoria contínua dos serviços”.
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