Pesquisa publicada em uma edição recente da Jornal de Medicina da Nova Inglaterra mostraram que uma em cada quatro pessoas com distúrbios de consciência, incluindo coma, pode realizar atividades cognitivas complexas, mesmo que não responda visivelmente aos estímulos. A história do jornalista Bill Lumley é um exemplo.
Em reportagem ao jornal Correio diárioo britânico relembrou o período em que esteve em coma, quando ouviu os médicos falando em desligar as máquinas que o mantinham vivo. Lumley ficou em coma por dois meses após ser atropelado por uma van. Na época, aos 8 anos, ele estava atrasado para a escola e atravessou uma estrada correndo. O jornalista teve uma hemorragia cerebral e foi internado na UTI de um hospital em Bristol, na Inglaterra.
“Minha mãe passava dia após dia ao meu lado, conversando comigo, mas não obtendo resposta”, lembra ele. “Um mês depois de entrar em coma, uma enfermeira que passava disse a ela: ‘Eu não perderia tempo conversando com ele, querida, ele não vai ouvir nada, seu cérebro está praticamente morto’”.
Os médicos já haviam decidido desligar o aparelho de suporte vital quando, durante uma consulta de rotina com a mãe, ele apresentou reação. “Minha mãe fez o relato habitual do que estava acontecendo em casa e me disse que minha irmã mais nova, que tinha apenas dois anos, estava praticando piano para mim”, diz ele. “Ouvindo isso, aparentemente, eu ri.” Após o episódio, Lumley começou a recuperar lentamente a consciência.
“Sempre que ouço que o sistema de suporte de vida de alguém está prestes a ser desligado, sinto uma onda de medo e horror. E se essa pessoa ainda não puder ser ajudada?” ele pergunta.
Entre os relatos, Bill descreve o período como “uma sequência interminável de sonhos”. Sonhos que na verdade eram percepções sobre o que estava acontecendo ao redor. “Eu via meus pais e depois era levado para uma cirurgia para aliviar a pressão em meu cérebro. Depois voltava para outro lugar no hospital, mas meus pais não estavam lá. Lembro-me de tentar desesperadamente dizer às enfermeiras que meu a cama estava na parte errada da UTI, isso me deixou estressado e em pânico. Depois, descobri que isso realmente aconteceu e, a cada vez, fui colocado em uma cama diferente”, conta.
A experiência de Lumley não é incomum. Com novas pesquisas foi possível aprimorar o conhecimento sobre esse fenômeno, conhecido como dissociação cognitivo-motora. No entanto, ainda não está claro como determinar o que cada paciente está processando.
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